CASO PADRE ZÉ Desembargador decreta prisão do Padre Egídio e mais duas pessoas por desvios de R$ 140 milhões
Eis que o Padre Egídio começa a enfrentar sua via crucis. O desembargador Ricardo Vital decretou sua prisão, atendendo recurso do Gaeco, por entender que o prelado liderou um esquema montado dentro do Hospital Padre Zé que desviou recursos para enriquecimento ilícito, com sinais de ostentação.
Na manhã desta sexta, uma força-tarefa integrada pelo Gaeco, Polícia Civil, Receita Estadual, Controladoria Geral do Estado e Tribunal de Contas cumpriu mandados de prisão, não apenas contra o Padre Egídio, mas também contra a ex-diretora financeira Jannyne Dantas e a ex-tesoureira Amanda Duarte. Eles formariam o núcleo central do esquema.
De acordo com as investigações, o esquema teria desviado recursos da ordem de R$ 140 milhões, em dez anos desde 2013. A movimentação ocorreu através do Instituto São José, responsável pela gestão do Hospital Padre Zé, e da ASA (Ação Social Arquidiocesana).
Segundo o Ministério Público, o esquema causou grandes prejuízos a vários programas como a distribuição de alimentos para moradores de rua, suporte refugiados da Venezuela refugiadas, assistência a pacientes após alta hospitalar, oferta de cursos profissionalizantes, cursos de estudantes para o Enem, cuidado de pacientes com HIV, entre outros.
Prisão – Em seu despacho pela prisão, o desembargador Ricardo Vital observou como “os elementos de provas angariados aos autos indicam que, em tese, considerável montante de valores que deveriam ser destinados ao funcionamento do Hospital Padre Zé pelo Instituto São José era destinado a Egídio de Carvalho Neto para construir fortuna em benefício próprio”.
Adiante, em seu despacho, também cita “participação direta” de Jannyne Dantas Miranda e Amanda Duarte Silva Dantas: “Vale lembrar que esses valores eram provenientes do erário, e em grande parte esses numerários necessitavam de prestação de contas aos órgãos convenentes, o que, de fato, não ocorria”.
Indignus – Em outubro foi deflagrada a Operação Indignus, na esteira de várias denúncias do esquema de desvios de doações e recursos públicos recebidos pelo Hospital Padre Zé.
O Padre Egídio, considerado o pivô do escândalo, foi afastado de suas funções e uma nova equipe foi designada para comandar a unidade de saúde e determinou, inclusive, a realização de auditorias.