Caso Propinoduto: clima esquenta no Ministério Público após procurador cobrar andamento das investigações
Um item que não estava na pauta terminou causando estremecimentos e bate-boca numa recente reunião do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Estado. A reunião seria para aprovar o aumento salarial dos funcionários, quanto um dos procuradores cobrou informações sobre o andamento da investigação do Caso do Propinoduto. O clima ficou muito tenso entre os procuradores.
O processo vem tramitando em marcha tão reduzida que, em setembro do ano passado, a promotora Ana Maria França de Oliveira havia cobrado explicações à Polícia Civil, por que o inquérito havia sido encerrado pela Secretaria de Segurança Pública, sem antes ouvir o Ministério Público, o que é ilegal.
A promotora Ana Maria, através da Portaria da Promotoria nº 63/2015, mandou “apurar o motivo pelo qual o ex-secretário-executivo do Estado, Dr. Raymundo José Araújo Silvany, determinou o arquivamento do procedimento, na apreensão de R$ 81.000,00, por falta de ausência de fato típico enquadrado em lei como crime…”
“… Mesmo diante de seis delegados, dois representantes de associação de defesa das prerrogativas dos delegados de Polícia Civil, sem enviar ao Ministério Público, o único que teria a capacidade de definir pela tipicidade de conduta”. Desde então, voltou a reinar o mais absoluto silêncio por parte do Ministério Público, que aparentemente não trata o caso com a devida prioridade.
Pra entender – O caso começou, em 30 de junho de 2011. Durante uma blitz de rotina policiais interceptaram um automóvel transportando a quantia de R$ 81 mil, que foi sacada de uma agência do Banco do Brasil, em Recife. Junto com o dinheiro, os policiais encontraram um papel com marcações, indicando que o dinheiro seria para pagamento de propina, O caso ficou conhecido como o Escândalo do Propinoduto.
Junto com o dinheiro apreendido pelos policiais, um papel trazia as seguintes anotações: “G – 28.000,00; L – 10.000,00; C – 39.000,00; Dra. Laura 4.000,00.” Somando, totalizava precisamente… R$ 81 mil. Conforme documento protocolado pelo Fórum dos Servidores junto ao Ministério Público, as letras se referiam a auxiliares do Governo.
No documento protocolado pelo Forum junto ao Ministério Público, o “G” seria de Gilberto Carneiro (procurador geral do Estado, “L ” de Livânia Farias (secretária de Administração), “C” – Coriolano Coutinho (Irmão do governador) e Dra Laura (Farias), então superintendente da Sudema.
Doações – Durante a campanha eleitoral de 2014, dados do Tribunal Regional Eleitoral sinalizam que, dois dos quatro auxiliares citados na denúncia, Coriolano (irmão do governador Ricardo) e a superintendente das Docas de Cabedelo, Laura Farias, fizeram doações à campanha do governador, candidato do PSB. Lauro doou R$ 1,5 mil, enquanto Coriolano fez duas doações, que totalizaram R$ 24 mil.
Depoimento – Um trecho do depoimento detido na blitz vazou na Internet. Veja mais em http://goo.gl/xPNVAU.
CONFIRA DOCUMENTO DO FÓRUM DOS SERVIDORES COBRANDO APURAÇÃO
CONFIRA PARTE DO INQUÉRITO POLICIAL SINALIZANDO SUSPEITA DE PROPINAGEM