Caso Propinoduto: Ministério Público aciona Cláudio Lima por improbidade no sumiço de inquérito policial
Tem mais um fantasma no caminho do governador Ricardo Coutinho. Poucos talvez lembrem do famoso Caso Propinoduto, em que, durante uma blitz de rotina da Polícia terminou detendo um motorista, que tentou evadir-se. No veículo foram encontrados R$ 81 mil em dinheiro e mais anotações, indicando que seria para pagamento de propina a pessoas ligadas ao Governo do Estado.
Pois, o Caso Propinoduto, que se imaginava sepulto, arquejou: o promotor de Justiça Carlos Romero Paulo Neto acaba de oficializar um inquérito civil público para investigar o secretário Cláudio Coelho Lima (Segurança), responsabilizado pelo sumiço do inquérito policial sobre o escândalo. A denúncia é da advogada Laura Berquó, indicando que o secretário interferiu dolosamente para evitar a investigação. Está no Diário Eletrônico do Ministério Público dessa terça-feira (dia 11).
Em março de 2016, Laura Berquó protocolou um pedido de ação de improbidade administrativa contra o secretário Cláudio Lima, junto ao Ministério Público do Estado. Berquó alegou perseguição e assédio moral a policiais, incompetência administrativa e intromissão em inquéritos policiais que envolvam pessoas de destaque na política, e citou especificamente o Caso Propinoduto.
Propinoduto – Em 30 de junho de 2011, quando durante uma blitz de rotina policiais interceptaram um automóvel transportando a quantia de R$ 81 mil, que foi sacada de uma agência do Banco do Brasil, em Recife. Junto com o dinheiro, os policiais encontraram um papel com marcações, indicando que o dinheiro seria para pagamento de propina. O escândalo ficou conhecido como o Caso Propinoduto.
Junto com o dinheiro apreendido pelos policiais, um papel trazia as seguintes anotações: “G – 28.000,00; L – 10.000,00; C – 39.000,00; Dra. Laura 4.000,00.” Somando, totalizava precisamente… R$ 81 mil. Conforme documento protocolado pelo Fórum dos Servidores junto ao Ministério Público, as letras se referiam a auxiliares do Governo.
No documento protocolado pelo Fórum junto ao Ministério Público, o “G” seria de Gilberto Carneiro (procurador geral do Estado, “L ” de Livânia Farias (secretária de Administração), “C” – Coriolano Coutinho (Irmão do governador) e Dra Laura (Farias), então superintendente da Sudema. Após as eleições, o assunto caiu no esquecimento.
Doações – Mas, durante a campanha, dados do Tribunal Regional Eleitoral sinalizam que, dois dos quatro auxiliares citados na denúncia, Coriolano (irmão do governador Ricardo) e a superintendente das Docas de Cabedelo, Laura Farias, fizeram doações à campanha do governador, candidato do PSB. Lauro doou R$ 1,5 mil, enquanto Coriolano fez duas doações, que totalizaram R$ 24 mil.