Cássio e uma derrota que vem desde 2010
É previsível que o senador Cássio Cunha Lima esteja meditando como um equívoco político cometido em 2010, pode ter sido tão determinante, não apenas para a derrota de 2014, mas, muito especialmente, para o revés desse domingo (dia 7). Eleger Ricardo Coutinho em 2010, movido pelo desejo (compreensível) de derrotar Zé Maranhão, foi o princípio.
É até possível que Ricardo, naquelas circunstâncias (Maranhão era francamente favorito), tivesse sido eleito governador, mas, convenhamos, era bem improvável. E, se ele (Cássio) teve condições de eleger Ricardo, naquele cenário, também teria como emplacar Cícero Lucena, por exemplo. Que era o seu parceiro de longas datas. Eleger RC foi criar um adversário em potencial para o futuro. Como está comprovado.
De qualquer forma, após o desfecho desse domingo, sem mais perspectivas de poder no curto prazo, Cássio deixa a cena política de forma absolutamente inesperada. E melancólica. Não havia rigorosamente nenhuma sinalização, mesmo nas pesquisas mais pessimistas, que ele não seria reeleito, ainda que em segundo lugar. Ficar na 4ª posição, atrás até de Luís Couto foi, realmente, de causar perplexidade.
E isso depois de ter conseguido um mandato de grande projeção nacional. Pior: certamente, um dos responsáveis por sua derrota foi Ricardo Coutinho. O mesmo que ajudou a criar, em 2010.