Cássio mira PSB de RC e Campos após aliança com Marina: “Oposição é o PSDB”
O senador Cássio Cunha Lima se recupera bem da pequena cirurgia no final de semana. Tanto, que já afiou o bisturi na direção do PSB do governador Eduardo Campos e, claro, de seu colega Ricardo Coutinho. A ferida, aparentemente, foi aberta a partir da filiação da ex-ministra Marina Silva, encerrando a política de boa vizinhança entre socialistas e tucanos.
Cássio externou o que certamente está nas entranhas do PSDB, após a sutura da união de Marina com Campos: “É bom lembrar que, diferente dos ex-ministros Eduardo Campos e Marina Silva, quem sempre esteve na oposição foi o PSDB.” Recado mais claro, impossível. Marina e Eduardo foram ministros do PT. Ela do Meio Ambiente, ele, da Ciência e Tecnologia.
O tucano acusou o hematoma, pontuando a necessidade de haver coerência política na disputa do próximo ano. Como a dizer que nem Eduardo, nem Marina podem se apresentar como representantes da oposição, uma vez que estiveram com Lula e Dilma. Porém, parou por ai, e admitiu ser legítima a união de Marina e Eduardo, apesar de formar uma divisão dentro da base que vinha operando em sintonia até agora.
Está claro que a aliança entre Marina e Eduardo passou a ameaçar o segundo lugar que Aécio Neves vinha mantendo no histórico das últimas pesquisas. Cássio chegou a questionar, inclusive, se a ex-ministra terá capacidade de fazer a transfusão dos seus votos para o governador de Pernambuco. Pesquisas da Folha de São Paulo mostraram que 32% dos votos dela migraram para Eduardo Campos. Esperava-se mais.
Resta saber se a manobra irá tirar Campos da indigência e, eventualmente, levar Aécio para a UTI. E, mais do que isto, se a aliança do PSDB de Cássio com o PSB do governador Ricardo Coutinho não irá para hemodiálise, após o golpe que os tucanos sofreram no fígado com a articulação de Campos e Marina.