Cássio, os ministros na Paraíba, os armazéns da Conab e a falta de altivez
O senador Cássio Cunha Lima, aparentemente, aproveitou a presença de ministros do Governo Dilma na Paraíba para alfinetar o fechamento e armazéns da Conab na Paraíba: “Isso é sinal dos tempos.” Adiante, queixou-se que tenha virado rotina “a bancada da Paraíba se reunir para lutar para não perder o pouco que tem. É um absurdo.”
Como se sabe, no mês passado, toda a bancada se mobilizou para impedir que a Petrobrás desativasse o serviço de estocagem de combustível no Porto de Cabedelo. E o senador tucano tem razão. Impressiona que o Estado já desassistido de apoio federal, especialmente em grandes obras de infraestrutura, ainda perca o mínimo que ainda tem.
Neste momento da presença de ministros no Estado, as lideranças políticas deveriam, em vez de pugnar pela permanência dos armazéns da Conab, cobrar efetivos compromissos do Governo Federal por obras de porte, capazes de alavancar a economia do Estado. Brigar por armazéns da Conab é ridículo, e deveria ser básico impedir seu fechamento. Porém, o Estado precisa de muito, muito mais.
Por que não cobrar o compromisso por um porto de águas profundas para atrair grandes empresas? Por que não exigir, exigir, sim, um novo aeroporto decente para o Estado? Por que não reivindicar a duplicação da BR-230 a partir de Campina Grande até o Sertão? Por que não pleitear o ramal da Transnordestina para oferecer uma alternativa de transporte de cargas?
Por que não comprometer o Governo Federal para tentar atrair uma grande montadora? Uma refinaria de petróleo, por que não? Uma siderúrgica. Por que somente Pernambuco pode ter tudo, montadora, polo de medicamentos, refinaria? Por que só Ceará tem direito a ter uma siderúrgica, ou um porto como Pecém? Por que para nosso Estado não vem nada, só más notícias como essa história da Conab? Porque nossos líderes não têm altivez para reivindicar.
Então, em vez ficar apenas numa miudeza dessas como é a reabertura dos armazéns da Conab, a nossa bancada federal, prefeitos e governador deveriam cobrar, isso sim, obras realmente estruturantes para o Estado. Do contrário de pouco terá valido a pena a presença dessas autoridades na Paraíba, se não têm sensibilidade para atender aquilo de que o Estado realmente precisa.