Cássio volta a ser Cássio e chama Ricardo para a briga
Cássio Cunha Lima volta a ser Cássio Cunha Lima. Pelo menos a julgar pelas suas declarações do final de semana, em Campina Grande, quando recebeu o apoio do PSDC. Indagado sobre a ofensiva do governador Ricardo Coutinho de investir num São João de bairros na cidade, Cássio foi na jugular do governador: “Deixe de perseguir Campina e venha me enfrentar!”
Mais Cássio, impossível. O senador tucano, com suas novas declarações, deixa de lado a educação dos últimos tempos, e parte para o ataque direto, ou seja, volta a ser o Cássio de sempre. Volta a ser o político agressivo de antes. Ele sobe uma oitava, talvez receando que Ricardo assuma a condição do galo de Campina, que canta alto para intimidar os rivais.
“Se Ricardo Coutinho quer brigar, que venha brigar comigo diretamente, e não venha perseguir Campina Grande, os servidores, os mais pobres ou os mais indefesos”, trata-se de uma afirmação no melhor padrão Rodrigues. Ou ainda: “Fazer o que ele vem fazendo com as pessoas mais humildes é um ato de covardia, então venha me enfrentar, eu que sou senador.”
Estava demorando. Cássio sabe que é esse tipo de embate que realmente incendeia a militância. Mais que isso, ao afirmar que o governador persegue os mais humildes, ele se coloca na condição do paladino, do São Jorge que enfrenta o dragão da maldade. E vai muito afinado com a imagem que o governador Ricardo Coutinho tem atualmente em muitos setores da sociedade.
Resumo da ópera: Cássio jogou Ricardo nas cordas. Ou RC reage no mesmo tom para “não passar por baixo” e leva a disputa para um embate sangrento, ou recua e tenta se colocar na condição de vítima. Mas, já fica avisado que não terá o céu de brigadeiro que imaginaria ter, utilizando apenas porta-vozes (como Edivaldo Rosas, Antônio Barbosa e o deputado Tião Gomes, por exemplo) para disparar, sem ter revide de grosso calibre.