O governador Ricardo Coutinho tem mandado recados diretos ao vice-presidente Michel Temer, ante a iminência de assumir a Presidência da República. Em várias de suas mais recentes entrevistas e já antevendo a aprovação do impeachment da presidente Dilma, RC tem afirmado que saberá “reagir à altura”, caso se sinta discriminado num eventual Governo Temer.
O defensor José Espínola da Costa, conhecido por representar o Governo do Estado em várias ações, acaba de acionar o secretário Luiz Torres (Comunicação) na Justiça, por uso de recursos públicos em propaganda de cunho pessoal do governador Ricardo Coutinho, “utilizando para tanto o brasão do Estado, para dar conotação de publicidade institucional e, com isso, serem pagas com recursos públicos”.
Após o início de dia com tumulto em João Pessoa, a partir de manifestações anti-impeachment comandadas pelo MST, Cut e Frente Brasil Popular, o presidente do PSDB, ex-deputado Ruy Carneiro, repudiou os protestos. Ruy tachou as manifestações de “irresponsáveis”. Disse que os militantes “não podem impedir as pessoas de ir e vir”.
O dia amanheceu complicado para as pessoas que precisaram trafegar pelas BRs 230 a 101, nas saídas para Campina Grande e Natal. Também para quem precisou tomar ônibus e trens mais cedo, principalmente da empresa Unitrans. Manifestações convocadas pelo MST e Cut interditaram vários locais, em protesto contra o processo de impeachment da presidente Dilma.
Poucos dias na presidência da Câmara Federal já foram suficientes para o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) entrar para o anedotário da política brasileira. Em menos de 24 horas, o deputado causou um tsunami no Congresso Nacional, ao anular a votação do impeachment e, logo depois, revogar de forma ainda mais surpreendente a própria decisão.
A Comissão de Constituição e Justiça, presidida pelo senador Zé Maranhão, aprovou esta noite (segunda, dia 9), em regime de urgência, parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-SC) que dá pista livre para o plenário da Casa aprove a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), ainda nesta terça, e liberar a votação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma.
O Blog recebeu a informação na manhã desta segunda-feira (dia 9), que o Governo do Estado não deve mais receber o empréstimo de R$ 1,2 bilhão, para o qual o governador Ricardo Coutinho havia solicitado o aval da presidente Dilma, inclusive como contrapartida de seu apoio político, na crise que o Governo Federal enfrenta. E por duas razões.
E o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não tomou conhecimento da decisão do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara Federal, que anulou de forma monocrática o processo de impeachment votado pela Casa. Renan abriu os trabalhos normalmente na tarde desta segunda (dia 9), iniciando a votação do pedido de afastamento da presidente Dilma.
Eis que o processo do impeachment foi interrompido. E foi surpreendente, ou nem tanto. O deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara Federal, já havia votado contra o impedimento da presidente Dilma. Aliás, seu voto foi muito comentado, afinal sempre foi de amplo conhecimento suas ligações com o presidente afastado, Eduardo Campos.
As declarações do governador Ricardo Coutinho, afirmando que o prefeito Luciano Cartaxo “tem inveja” dele e de sua gestão à frente da Prefeitura de João Pessoa, não ficaram sem resposta. Se Cartaxo silenciou, o vereador e ex-secretário Marcos Vinicius (Comunicação), não. Marcos Vinicius abriu fogo contra o governador, e bateu pesado.
