Além do trauma que resultou o anunciou do rompimento do PMDB com o Governo Dilma, houve um pequeno cisma colateral na Paraíba, envolvendo os deputados Veneziano e Frei Anastácio. Logo após a decisão do afastamento, a direção estadual petista externou a decisão de retirar apoio às candidaturas de peemedebistas nas eleições de outubro, especialmente de Veneziano, em Campina Grande.
Em documento de 30 páginas remetido ao Supremo Tribunal Federal, o juiz Sérgio Moro admite excesso em divulgar o grampo envolvendo a conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Mas, afirma ter tido uma razão especial para permitir a veiculação. Segundo Moro, Lula tentou obstruir o trabalho da Justiça e até teria usado de intimidação.
Os senadores paraibanos Cássio Cunha Lima (PSDB) e Lindberg Farias (PT-RJ) voltaram a se defrontar, como tem sido usual nos últimos tempos. Tudo começou quando Farias divulgou uma mensagem criticando o rompimento do PMDB e acusando o plano Temer de “antipovo”. No revide, Cássio afirmou que “nada mais é antipovo do que roubar o povo”.
Tem repercutido nas redes sociais uma nota divulgada (em três idiomas) pelo Instituto Lula, em que afirma que o líder petista “sempre agiu dentro da lei” e “não cometeu crime algum”, e rebate todas as suspeitas levantadas pelo Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro, a quem acusou de divulgar “ilegalmente conversas privadas” envolvendo Dona Marisa e demais familiares.
A pesquisa, na verdade, não chega a constituir novidade. É evidente o desgaste do Governo Dilma, ainda mais com um processo de impeachment em andamento. De qualquer forma, seguem os últimos números da pesquisa Ibope/CNI, com dados colhidos entre os dias 17 a 20 deste mês, sinalizando que o índice de desaprovação (ruim e péssimo) do Governo mantém-se na casa dos 69%.
Os três deputados federais do PMDB não esperaram por nova intimação do PT para entregar os cargos que haviam indicado no Governo Federal. Em ofício enviado ao Palácio do Planalto, os deputados Hugo Mota, Manuel Júnior e Veneziano Vital do Rego entregaram “espontaneamente” os postos, em consonância com a decisão do partido romper com o Governo Dilma.
Na Paraíba nem os santos escapam. Apesar do Governo do Estado vir anunciando redução da criminalidade no Estado, os fatos parecem desmentir o discurso. Dezenas de pessoas, por exemplo, foram assassinadas durante o feriado da Semana Santa. Mas, essa é uma rotina que o Governo já considera banal. Já os assaltos, estes se tornaram rotina.
A publicação da chamada MP do Mal, que o Governo do Estado transformou em lei, desencadeou novos protestos no funcionalismo. A primeira ofensiva foi da APLP (Associação dos Professores de Licenciatura Plena), que anunciou uma ação judicial, para tentar derrubar a lei, que considera inconstitucional, por suspender os planos de cargos e até a data-base dos servidores.
O deputado Veneziano decidiu se antecipar e anunciou, agora à tarde, o pedido de exoneração de sua esposa, Ana Cláudia da Nóbrega Vital do Rego, da Superintendência da Funasa na Paraíba, cargo que ela vinha ocupando nos últimos quatro anos. A entrega do cargo é decorrente da decisão do Diretório Nacional do PMDB de romper com o Governo Dilma.
Um efeito dominó pode estar a caminho, depois que o PMDB formalizou seu rompimento com o Governo Dilma. O próximo partido a deixar o barco pode ser o PSD. Quem admitiu essa possibilidade foi o deputado Rômulo Gouveia, presidente estadual do partido. Segundo Rômulo, há “a possibilidade do PSD deixar a base do Governo”.
