Principal

Apesar da propaganda oficial noticiar à exaustão que estão caindo os índices de violência na Paraíba, isso não parece ser o que está acontecendo no mundo real. Para se ter uma ideia, nem mesmo os policiais militares estão escapando da ação dos bandidos. Na manhã desta terça (dia 12), o Cabo Yuri Fernandes Fonseca foi assaltado por marginais. Os bandidos levaram, não apenas sua moto, como também sua… arma. Até o meio dia, a Polícia ainda não tinha pistas dos bandidos.

Pode-se dizer tudo do secretário Waldson de Sousa (Saúde), menos que não seja corajoso. Pois, em meio a auditoria realizada pelo Denasus (órgão de controle do SUS) de indícios de irregularidades no Hospital de Trauma, e no epicentro do escândalo nacional da falta de macas, Waldson assinou um aditivo com a Cruz Vermelha gaúcha, no valor de… R$ 235.836.437,00. Por 24 meses, sem licitação e com recomendações em contrário do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas do Estado.

As cidades da Paraíba que não dispõe de aterro sanitário deverão desembolsar de R$ 52 milhões a R$ 315 milhões para desativar seus lixões. Pelo menos essa é a estimativa da Confederação Nacional dos Municípios, ante a decisão do Palácio do Planalto de começar a punir quem não instalou os aterros sanitários, desde o dia 2, quando venceu o prazo pela lei de n° 12.305, de 2010.

Fica combinado então: as eleições da Paraíba podem ser decididas no TSE, lá em Brasília. É lá onde todos os principais atores da disputa ao Governo do Estado vão se encontrar, ninguém sabe quando. Tudo após os derradeiros julgamentos de processos envolvendo pedidos de impugnação de candidatos e coligações no TRE.

De pouco adiantou o recurso (embargos) protocolado pelos advogados do PMDB, junto ao Tribunal Regional Eleitoral, visando esclarecer pontos do julgamento da semana passada, que foi pela manutenção da aliança do PT com o PSB. Ao julgar o recurso do PMDB, a Corte manteve seu entendimento anterior, apesar da juntada de novos documentos enviados pelo PT nacional.

Não bastasse o escândalo das macas, uma auditoria realizada pelo Denasus, órgão de controle do SUS, “apontou também indícios de irregularidades” no contrato de terceirização do Hospital de Trauma com a Cruz Vermelha gaúcha, com respeito à distribuição de medicamentos de uso contínuo. Pior: ficou constatado que a Cruz Vermelha terceirizou o serviço para outra empresa, a UniHealth. Além do mais, outra empresa, a Intervendas também foi contratada, constatou o Denasus, para realizar serviços afins.

Está cada vez mais complicada a situação do deputado Wilson Santiago Filho, na disputa pela reeleição. Após ser impugnado pelo Ministério Público do Trabalho, Santiago teve a impugnação mantida pelo TRE, e decidiu recorrer. Mas, pelo visto, nem o clã Santiago acredita em sucesso, tanto que registrou a candidatura de William (irmão de Wilson) Santiago exatamente… a deputado federal.

Como era de se esperar, a reportagem, no Fantástico (dia 10), repercutiu também entre a classe política. Para o senador Cássio Cunha Lima, candidato do PSDB, a reportagem causou aos paraibanos “vergonha e indignação”. O senador Vital Filho, candidato do PMDB, lamentou, lembrando que “essa é realidade que todos conhecemos na Paraíba e que, agora, o País todo conhece também, é um descaso inaceitável com a saúde pública”.

Tudo bem, alguns podem argumentar: mas, foram “apenas” três minutos de Fantástico, ao longo de uma extensa reportagem de 27 minutos, envolvendo vários Estados do País. Porém, que vergonha a Paraíba voltar a noticiário nacional, com o caso do paciente que morreu em Campina Grande, por falta de macas nas ambulâncias do Samu, que estavam retidas indevidamente no… Hospital de Trauma. Em casos mais graves, e por uma questão de humanidade, as equipes são obrigadas a conduzir os pacientes nos braços, por falta de macas.

O elástico placar de 5 a 1, na decisão do TRE em favor da elegibilidade do senador Cássio Cunha Lima não intimidou o governador Ricardo Coutinho. Tanto quanto o Ministério Público Eleitoral, advogados do PSB de Ricardo irão recorrer da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral, por considerarem que o tucano é inelegível.