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É impressionante o comportamento arbitrário do governador Ricardo Coutinho em relação à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Logo que assumiu o Governo, em janeiro de 2011, uma de suas primeiras medidas foi precisamente acabar com autonomia financeira da Instituição, uma das principais conquistas da comunidade acadêmica.

Na sequência, o governador começou a reduzir seguidamente a transferência de recursos para a Universidade, algo que, inclusive, gerou uma crise pesada entre a ex-reitora Marlene Alves e governador. Pelos cálculos da Instituição, o Governo RC deixou de repassar mais de R$ 250 milhões, nos primeiros três anos de sua gestão.

A relação do governador Ricardo Coutinho com o deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, segue como fogo de monturo. Quando se imagina que acabou, eis que retorna crepitante. Foi o que aconteceu na manhã desta terça (dia 6), durante entrevista de Marcelo, quando ele foi indagado sobre as acusações de Coutinho de que a Assembleia quer dar um golpe reprovando suas contas.

Ricardo, o Marcelo, subiu a temperatura: “Tem pessoas que adotam a tática de mentir varias vezes para tentar forçar uma verdade. Ele (o governador) quer usar a mentira na primeira etapa para depois tornar verdade, isso não existe.” Uma alusão aos postulados do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, para quem uma mentira repetida poderia virar uma verdade.

Vamos combinar: tirando o deputado Luiz Couto, pelos mandatos conquistados, e Lucélio Cartaxo, por óbvias razões, o PT não tem realmente nomes de peso para uma disputa ao Senado. Então, apresentou os quadros de que realmente dispõe. Pode até que ser que um dos três candidatos sugeridos surpreenda, mas, a preço de hoje, eles têm pouca envergadura para um voo ao Senado.

E esse é apenas um dos muitos ingredientes que azedam a relação entre PMDB e PT. É uma aliança óbvia, até porque o PT não tem como compor com o governador Ricardo Coutinho, nem com o senador Cássio Cunha Lima. Tampouco tem como bancar uma candidatura própria num cenário de quatro candidaturas, sem comprometer um palanque para Dilma no Estado.

Pode até ser que alguns deputados e algumas lideranças do Dem não apoiem a reeleição do governador Ricardo Coutinho, mas o ex-secretário Efraim Morais está disposto a se manter como aliado de RC. E tem várias razões para isso. Uma delas foi a recente nomeação do seu filho, o advogado George Ventura Morais, para a presidência da PBGás.

O cargo estava vago desde a renúncia de Franklin Araújo que decidiu entregar cargo, no mês de março, para acompanhar o senador Cássio Cunha Lima. O posto vinha sendo ocupado, interinamente, pelo engenheiro David dos Santos, acumulando com a Diretoria Administrativa e Financeira. George já tomou posse nesta segunda (dia 5), com todo gás.

Uma frase atribuída ao senador Cássio Cunha Lima deve incendiar ainda mais as tempestuosas com o governador Ricardo Coutinho, que só têm degradado desde o rompimento. Há poucos dias, o governador disse que “a Paraíba não pretende voltar ao tempo em que o servidor era obrigado a fazer empréstimo para receber o próprio salário”.

Foi uma alusão direta ao início do Governo Cássio I, quando realmente os servidores tiveram que fazer um empréstimo compulsório para receber salários. Agora, passado a trégua do feriadão iniciado em 1º de maio, o senador tucano volta à carga: “Nos prometeram um salto, mas era tudo engano.” Uma associação com o slogan de campanha de RC.

O PT vai apresentar uma lista tríplice para que o PMDB escolha quem irá participar da chapa majoritária como candidato ao Senado. Conforme definido no final de semana, o partido está sugerindo os nomes de Nadja Palitot, que teve sua candidatura ao Governo do Estado retirada, a ex-secretária Giucélia Figueiredo e o vice-prefeito Lenildo Morais (Patos).

Segundo o presidente do PT, Charlinton Machado, caberá ao PMDB fazer a escolha de quem deverá compor a chapa encabeçada pelo ex-prefeito Veneziano. Ele informou ainda que, durante o recente encontro do partido em São Paulo, ficou deliberado que o PT deve dialogar com outros partidos da base de Dilma no Estado, como PSC, PP e PR, que também poderão indicar nomes para a chapa.

Há algumas semanas, a Cagepa reajustou vários contratos, dentre os quais com as empresas Maranata e Mixcred, utilizando termos aditivos de mais de 100% de majoração. O caso foi parar na Justiça (3ª Vara da Fazenda Pública). A prática, no entanto, parece ser endêmica no atual Governo. Tanto que, agora, foi a vez da Secretaria de Administração.

A secretária Livânia Farias acaba de reajustar o contrato com a empresa Localiza Car Rental, para locação de veículos, em mais de 100%. O contrato original, assinado em 2012, era de R$ 6.469.800,00 (seis milhões, quatrocentos e sessenta e nove mil e oitocentos reais). O aditivo foi de R$ 7.887.678,12. Com, o reajuste passou a R$ 14.229.442,40.

O governador Ricardo Coutinho acaba de sofrer nova derrota na pendenga jurídica com os procuradores do Estado. O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu julgar procedente representação que proíbe ocupantes de cargos comissionados de exercerem funções de assessoramento jurídico e análise de contratos e licitações do Governo do Estado que envolva recursos federais.

A ação (processo TC-000.532/2014-2) foi protocolada pela Associação dos Procuradores do Estado da Paraíba (Aspas). Em seu voto, o ministro José Múcio Monteiro mandou dar ciência ao Governo RC de que os pareceres jurídicos que integram que compreendam “convênios e congêneres” com recursos federais sejam elaborados, exclusivamente, por procuradores do Estado de carreira.

Há alguns meses, quando o ex-governador Zé Maranhão estava hospedado no Hospital Sírio-Libanês, recebeu uma ligação do governador Ricardo Coutinho, que desejou recuperação ao peemedebista, mas não perdeu viagem: fez uma sondagem sobre a possibilidade dele participar de sua chapa como candidato ao Senado. Maranhão descartou.

Há poucos dias, um ex-secretário do RC procurou um deputado do PMDB para fazer uma proposta semelhante, em que oferecia a senatoria para um nome da preferência do partido. Não descartou nem Veneziano. Mas, até onde o Blog pode apurar, o deputado devolveu a proposta, dizendo ao ex-secretário que o PMDB não abre mão de ter candidato próprio ao Governo.

Todas as pesquisas até agora divulgadas sempre mostraram a presidente Dilma Rousseff, na liderança e bem à frente de seus principais concorrentes, Aécio Neves e Eduardo Campos. Mas, aparentemente, o quadro mudou. Pesquisas dos últimos dias já vinham sinalizando para uma queda de Dilma, apesar de seguir vencendo a disputa ainda em primeiro turno.

Mas, a última pesquisa IstoÉ/Sensus traz uma novidade a mais: o crescimento de Aécio. A julgar como verdadeiros os números, talvez a disputa não se decida mais em primeiro turno. Segundo o Instituto Sensus, se as eleições fossem hoje, Dilma teria 35% da intenção de votos, seguida por Aécio (com 23,7%) e Eduardo Campos (11%), o que sinaliza para empate entre Dilma e o somatório os dois.