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Na semana passada, estudantes do Colégio Liceu foram as ruas para protestar contra a violência, não apenas fora, mas também dentro das escolas na Paraíba. A gota d’água foi o assassinato de um vigilante do colégio. Agora, a decisão mais surpreendente: alunos e professores decidiram paralisar as aulas durante o período da noite, quando a situação mais se agrava.

Não me recordo, meu caro Paiakan, de outro caso assim aqui na Paraíba. Mas, dá bem uma demonstração de como anda de fato a violência no Estado que, aliás, foi manchete nacional no Fantástico, último domingo. A própria direção do colégio, em reunião com os alunos e professores, admitiu que a violência tem realmente colocado em risco a vida, inclusive dos servidores.

Um episódio envolvendo o Comando da Polícia Militar tem agitado os bastidores da corporação. Tudo começou quando o Coronel Euller Chaves, comandante da PM decidiu afastar o cabo Renilson de Freitas Silva de suas funções. O cabo resolveu procurar a Justiça para recorrer da decisão, e o resultado foi favorável à sua reintegração.

Numa decisão do juiz Aluízio Bezerra Filho, da 6ª Vara da Fazenda Pública, foi determinado que o cabo seja imediatamente reintegrado às fileiras da corporação. O magistrado, em sua sentença, considerou “abusivo” o ato do comandante da PM, conforme decisão que acaba de ser proferida. O veredicto pode abrir um precedente para outros casos na PM.

Deveria durar pelo menos 90 dias, mas não passou nem uma semana. A verdade é que, por decisão do juiz Sérgio Moura Martins, o prefeito Reginaldo Pereira deve retornar imediatamente à Prefeitura de Santa Rita, poucos dias após ser afastado pela Câmara Municipal, com o início de um processo de impeachment.

O magistrado concedeu uma liminar impetrada por Reginaldo, através de seu advogado, Johnson Abrantes, que alegou irregularidades praticadas pelos vereadores no ato de afastamento do prefeito. Ele foi afastado para que fossem apuradas as denúncias que pesam contra ele. Reginaldo responde a quatro processos na Casa.

É possível que PMDB e PT tenha dado, na tarde desta segunda (dia 24), o primeiro grande passo para formatar uma aliança, que está escrita nas estrelas desde que o senador Cássio Cunha Lima rompeu com o governador Ricardo Coutinho, e apresentou-se como candidato do PSDB. Como se sabe, a Paraíba não comporta mais de três candidatos de partidos convencionais.

Apesar de não anunciarem a aliança já, está claro que o almoço do prefeito Luciano Cartaxo e o ex-prefeito Veneziano, com a presença dos petistas Charlinton Machado, presidente estadual do partido, e Jackson Macedo, era degustar um cardápio que prevê, entre outros, digerir um a resistência que existe em alguns setores do PT, e acomodar as pretensões da pré-candidata Nadja Palitot.

Coube à secretária Estela Bezerra (Chefia de Gabinete) rebater a reportagem de O Fantástico, veiculada no último domingo, trazendo a Paraíba como o 3º Estado mais violento do Brasil, e João Pessoa como a 9ª cidade mais violenta do mundo. Estela criticou “o tratamento irresponsável da noticia e o impacto que possa ter no cotidiano e na vida das pessoas”.

Em seu Facebook, Estela também acusou o Fantástico de ter produzido uma pauta preconceituosa: “Por trás desta pauta tem interesses e também preconceitos de uma mídia sediada no sudeste do Brasil que enxerga tudo pelo seu prisma, selecionando aquilo que cabe no seu repertório, há também a violência como produto e a caricatura de um povo e de sua cultura.”

O governador Ricardo Coutinho aproveitou o aniversário do seu vice, Rômulo Gouveia, no final de semana, para novamente alfinetar o senador Cássio Cunha Lima. O tucano comandou duas reuniões do PSDB, no final de semana, em Patos e Guarabira, para sondar a militância sobre candidatura própria ao Governo do Estado.

Num certo momento de seu discurso, em Campina Grande, Ricardo ironizou os encontros do PSDB, que estaria dando pouca audiência, enquanto no aniversário de Rômulo havia uma multidão: “O povo já entendeu o que está se passando. Alguns rompem e nem conseguem explicar as razões. Então, o povo quer a continuação, e é por isso que lotou o Spazzio…”

Há quem diga que foi por causa de entrevero público com o vereador Helton René, da base do prefeito Luciano Cartaxo. Mas, há quem observe que o ex-secretário Ronaldo Guerra não vinha mais afinado com as orientações do Paço Municipal. Como se sabe, ele que foi indicado pelo PPS do vice-prefeito Nonato Bandeira e o ex-prefeito Luciano Agra.

Ou pode fazer parte de uma operação de limpeza étnica. Setores do PT nunca aceitaram com placidez a sua nomeação. Pode ter sido apenas uma razão, ou o conjunto da obra. O fato é que a demissão de Ronaldo abre uma crise com o PPS de Nonato, não há como negar. Tanto que o partido convocou uma reunião, esta segunda (dia 24) para avaliar o episódio.

Estão todos errados: Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, a ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, CNN Internacional e, agora, o Fantástico. Todos estão errados quando trazem a escalada de violência na Paraíba, quando consideram o Estado o 3º mais violento do País e João Pessoa a 9ª cidade mais violenta do mundo.

Quem está certo é o governador Ricardo Coutinho que, na campanha de 2010, dizia que o problema da violência na Paraíba era apenas de gestão e que resolveria em seis meses. O fato de João Pessoa pular, em três anos (que coincidência) de 29ª mais violenta do mundo para 9ª foi birra da ong mexicana. Campina Grande ter entrado no ranking, já em 25º foi despeito dos mexicanos com a Paraíba.

O senador Cássio Cunha Lima subiu uma oitava no embate com o governador Ricardo Coutinho, durante a reunião do PSDB em Patos, que aprovou por unanimidade a candidatura própria. Cássio afirmou que não terá qualquer dificuldade em criticar o Governo RC, e até apontar os seus acertos, mas não perdeu viagem: “A falta de diálogo é coisa do século passado, de coronelismo e ditador”.

O tucano censurou, especialmente, o que ele considera uma discriminação contra alguns prefeitos que não apoiam a reeleição do governador. E citou o caso de Guarabira, com base em denúncia do prefeito Zenóbio Toscano acusou o governador de não entregar uma ambulância destinada ao município após ter feito uma promessa pública. Citou ainda Malta e Conceição, como cidades perseguidas.

O empresário Wilbur Holmes Jácome não resistiu ao tornado que se abateu sobre ele, após o vazamento de bombásticas declarações dadas contra a presidente Dilma. Durante uma reunião no Porto de Cabedelo, Wilbur atacou a presidente com palavrões. Houve imediata reação de vários setores do PT, e até mesmo o Governo do Estado emitiu nota repudiando suas declarações.

Em nota distribuída à Imprensa, Wilbur revelou ter colocado seu cargo à disposição do governador “por motivos pessoais”, e não entrou em detalhes, mas fica evidente a relação com o episódio de suas declarações. Ele informou ainda que o governador Ricardo Coutinho, em ato contínuo, acatou seu pedido, mas não oficializou ainda o seu substituto.