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Há poucos dias, o Governo Ricardo Coutinho anunciou com toda pirotecnia, que o Hospital de Trauma havia recebido um certificado de qualidade conferida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), através do Instituto de Pesquisa e Planejamento para a Acreditação de Saúde (IPASS). O secretário Waldson de Sousa (Saúde) chegou a comparar o Trauma ao Sirio-Libanês.

O que o Governo não contava era com a argúcia do deputado Anísio Maia. O petista conseguiu o telefone do IPASS e descobriu, segundo assegurou na Assembleia, esta tarde (dia 4), que esses certificados podem ser comprados: “Qualquer pessoa pode ligar para esse IPASS e vão lhe dar a tabela de quanto custa um certificado desses. Podem ligar no seguinte número (41) 3353-5770.”

Segue rendendo a decisão do governador Ricardo Coutinho de fechar delegacias de polícia, apesar da escalada de violência no Estado. O governador acaba de receber severa crítica do ex-prefeito Veneziano: “Fechar delegacias num estado que sofre com a insegurança, como a Paraíba está sofrendo, é condenar a população à própria sorte”.

Segundo o pré-candidato a governador, a decisão de Ricardo Coutinho “trará ainda mais preocupação para uma população que já vive assombrada com tantos assaltos”. O peemedebista lembrou reportagem em rede nacional veiculada recentemente apresentando dados do Ministério da Justiça segundo os quais a polícia da Paraíba “é uma das mais mal aparelhadas do País”.

As obras da Transposição do São Francisco foram anunciadas no Governo Lula, com promessa de serem concluídas em prazo recorde. Depois de um longo processo de negociação com os contra (a obra) e a licitação, foram enfim iniciadas. Mas, desde então, tem se desenvolvido a passos de tartaruga. Agora mesmo, encontram-se paralisadas.

Uma constatação que levou o senador Vital Filho, na tarde desta quarta (dia 4), ao Ministério da Integração precisamente para cobrar o reinício das obras, principalmente no chamado Eixo Leste, que beneficia a Paraíba, através de um ramal que passa por Sertânia (PE) e Monteiro. A ordem de serviço foi dada desde agosto e até agora, nada da obra.

Alguns parlamentares da Paraíba têm se notabilizando por empreender um mandato temático. O deputado Luiz Couto, por exemplo, tem focado sua atuação no combate ao crime organizado. Já seu colega Ruy Carneiro tem priorizado a área médica. O tucano acaba de destinar R$ 3 milhões para investimentos em diversos hospitais e centros de habilitação clínica.

“Sei também que sou apenas um grão de areia, mas se cada um nós se empenhar e contribuir, será possível avançar muito pra oferecer uma saúde de qualidade”, pontuou o deputado. Dentre os hospitais beneficiados com a emenda constam o Napoleão Laureno, a FAP e o Universitário Alcides Carneiro que realizam trabalho na área de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer.

O que a Paraíba tem registrado de inusitado é impressionante. Vai de fechamento de escolas a fechamento de delegacias. Mas, não supera a matéria aprovada, esta manhã (dia 4), na Assembleia: um voto de repúdio ao governador Ricardo Coutinho, por suas declarações bélicas, dadas num haras, de que dará uma “surra de varas” na oposição.

E por unanimidade. Parece mentira, mas a verdade é que, por descuido ou por corpo mole, a iniciativa do deputado Caio Roberto foi aprovada com apoio dos deputados governistas. No final, os “ricardistas” ainda tentaram mudar a ata da votação, pedindo para retirar seus nomes, certamente temendo uma surra de varas do governador.

A recente criação da Orquestra Sinfônica de João Pessoa, pelo prefeito Luciano Cartaxo, despertou uma interessante polêmica sobre a política cultural na Paraíba. Dois textos primorosos tratam da questão. Num deles, João Linhares, ex-maestro da Sinfônica da Paraíba, elogia o pioneirismo do ex-governador Burity com a música erudita no Estado, mas considera a nova orquestra apenas um “arranjo de ocasião”.

Já o poeta Ed Porto trata o secretário Chico César como “parasita” e pontua: “O malabarista da prefeitura de João Pessoa (Cartaxo) juntou os cacos da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), implodida pelo malabarista do estado (Coutinho) e por seu “secretário” de cultura que não apita, para arremedar uma orquestra sem a menor infraestrutura para tal”.

Além de queda, coice. Além de se apresentar no ranking do desenvolvimento como um dos Estados de economia mais frágil do Nordeste, a Paraíba será lanterninha em recursos do PAC para o período 2011-2014, e pós 2014. É o que mostra levantamento obtido pelo Blog junto ao site do programa (www.pac.gov.br/). Para esse período, o Estado terá apenas R$ 14,4 bilhões…

Parece muito, mas vamos conferir o que os demais Estados do Nordeste terão: Alagoas (R$ 18,45 bilhões), Piauí (R$ 22,80 bi), Sergipe (R$ 43 bi), Rio Grande do Norte (R$ 43,06 bi), Ceará (R$ 65,38 bi), Maranhão (R$ 68,85 bi), Pernambuco (R$ 95,31 bi) e Bahia (R$ 97,74 bi). Para se ter uma ideia, a Paraíba vai ter quase sete vezes menos que a Bahia ou Pernambuco (sempre Pernambuco).

Para um Estado que já sofre tanto com a escalada de violência, a edição do Diário Oficial do Estado desta terça (dia 3) está um primor: por ordem do governador Ricardo Coutinho, várias delegacias serão fechadas nos plantões noturnos, finais de semana e feriados. Em João Pessoa, restarão apenas duas para atender toda a cidade.

Conforme portaria assinada pelo delegado geral da Polícia Civil, Carlos Alberto Ferreira da Silva, irão funcionar nos plantões apenas a 12ª Distrital, que funciona no bairro de Manaíra, e a 9ª Delegacia, localizada no bairro de Mangabeira. Apenas essas duas delegacias terão plantões para atender toda a cidade de João Pessoa.

A crise porque passa a educação na Paraíba (e no Brasil), especialmente no nível médio, será um dos temas de debate, a partir das 20h30 desta terça (dia 3), na TV Câmara, dentro do programa Expressão Nacional. Estudo recente divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) traz o País em 55º no ranking mundial.

A Paraíba será representada no programa pelo educador e escritor Moacir Carneiro, paraibano radicado no Distrito Federal. Moacir tem estudos na área e é considerado um dos conhecedores do assunto.

O Governo do Estado não fez o dever de casa e perdeu cerca de R$ 850 mil, em recursos que seriam liberados mediante convênio da Secretaria de Educação e a Biblioteca Nacional. Os recursos foram disponibilizados, mas, venceu o prazo, e o Governo Ricardo Coutinho não conseguiu enviar o projeto correspondente.

Os recursos deveriam ser aplicados em compras de livros, para abastecer as bibliotecas do Estado. O caso causou espécie no Ministério da Cultura, uma vez que vários outros Estados vinham disputando esses recursos para equipar suas bibliotecas, inclusive com a possibilidade de instalar um acervo com livros eletrônicos.