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O senador Cássio Cunha Lima se recupera bem da pequena cirurgia no final de semana. Tanto, que já afiou o bisturi na direção do PSB do governador Eduardo Campos e, claro, de seu colega Ricardo Coutinho. A ferida, aparentemente, foi aberta a partir da filiação da ex-ministra Marina Silva, encerrando a política de boa vizinhança entre socialistas e tucanos.

Cássio externou o que certamente está nas entranhas do PSDB, após a sutura da união de Marina com Campos: “É bom lembrar que, diferente dos ex-ministros Eduardo Campos e Marina Silva, quem sempre esteve na oposição foi o PSDB.” Recado mais claro, impossível. Marina e Eduardo foram ministros do PT. Ela do Meio Ambiente, ele, da Ciência e Tecnologia.

O sinal já veio de Brasília para algumas lideranças do Estado. A operação foi desencadeada, depois que a ex-ministra Marina Silva se filiou ao PSB do governador Eduardo Campos. Foi quando o ex-presidente Lula decidiu entrar em ação. De um lado, a ideia é isolar a candidatura de Campos nos Estados, de outro, unir a base aliada.

A decisão foi tomada no final de semana, em Brasília, informa um petista ao Blog. Lula passou a contatar várias lideranças da oposição no Estado, especialmente de PMDB, PP, PTB e PSC. A meta é construir, rapidamente, um palanque para a presidente Dilma na Paraíba, a exemplo que irá ocorrer em outros Estados.

A ex-ministra Marina Silva acaba de criar novo embaraço para o governador Eduardo Campos. No final de semana, a cúpula do seu (quase) partido, a Rede Sustentabilidade, decidiu não integrar a direção nacional do PSB. Em nota, a Rede afirmou: “A decisão da Comissão Nacional Provisória é que nenhum membro da Rede, mesmo aqueles que se filiaram ao PSB, irá participar das instâncias nacional ou estaduais.”

Foi o segundo choque para o governador de Pernambuco, desde a adesão de Marina ao PSB. Uma semana após sua filiação, a ex-candidata afirmou, para surpresa geral, que não havia diferenças entre as candidaturas de Dilma Roussef, Aécio Neves e Eduardo Campos. O PSB acusou o golpe, mas preferiu manter o silêncio, para não agravar a difícil relação entre militantes dos dois partidos.

O prefeito Luciano Cartaxo certamente não agradou Luiz Couto, com suas declarações desta manhã (dia 14), mas aparentemente o deputado terá de tomar uma decisão nos próximos dias. Cartaxo alertou Couto que ele precisa entregar os cargos que tem no Governo Ricardo Coutinho, porque “isso é uma decisão nacional do PT, depois que o PSB passou a fazer oposição à presidente Dilma”.

A menos que o deputado pretenda se indispor com a orientação partidária, precisará fazer com outros petistas estão fazendo pelo País afora. Em Pernambuco, por exemplo, o PT já entregou mais de duas dezenas de cargos que ocupava na gestão do governador Eduardo Campos. “O deputado Luiz Couto vai ter que adaptar à nova realidade”, advertiu o prefeito de João Pessoa.

O gênio demorou, mas chegou em meio aos folguedos do Governo do Estado quanto aos seus mil dias de gestão, lançado há algumas semanas com toda a pirotecnia. O gênio, no caso, é um vídeo (na verdade, uma charge animada) que o Fórum dos Servidores Estaduais postou no youtube, dando sua “versão” sobre os mil dias de Governo RC.

A animação foi intitulada de “O conto das 1001 noites”, e traz, claro, como personagens o governador Ricardo Coutinho e o gênio da lâmpada mágica, tal como no conto oriental. No vídeo, o governador pede ao gênio uma solução para emplacar seu projeto de reeleição, e se surpreende com as queixas do gênio quanto à saúde, educação e segurança pública.

Há poucos dias, o secretário Cláudio Lima (Segurança) afirmou, ante as queixas da população em relação à violência, que “a sensação de insegurança é uma questão psicológica”. Mas, para o ex-prefeito Veneziano “não dá pra desconhecer uma realidade, que tem afligido, cotidiano, aos paraibanos, numa escalada crescente, em vez de decrescente”.

Segundo o pré-candidato a governador, embora respeite o secretário Cláudio Lima, ele se permite discordar de números apresentados, recentemente, pelo Governo Ricardo Coutinho, indicando a diminuição dos índices de violência: “Será que esses números foram mesmo colhidos na Paraíba? Porque se foi na Paraíba, o que vemos é bem diferente.”

É perceptível que o senador Cássio Cunha Lima, apesar de não ter formalizado um rompimento com o governador Ricardo Coutinho, começa de fato a turbinar seu projeto de disputar o Governo do Estado. Cássio também se aproveita da abertura da temporada de pesquisas, em que seu nome figura na dianteira, superando Ricardo (e Veneziano), com alguma folga.

E por que Cássio ainda não rompeu com Ricardo para encarar o desafio, estando tão bem nas primeiras pesquisas? Porque ainda restam dúvidas em relação à sua elegibilidade, está claro. Cássio, pelo que ouvi de jurista simpatizante da sua candidatura, ancora seu sonho de disputar o Governo do Estado em três hipóteses. Planos A, B e C, por assim dizer.

Existem alguns temas que boa parte da classe política desmerece ou até desdenha, talvez por que não dê tantos votos, mas que, na verdade, simbolizam o que realmente deveria ser o trabalho parlamentar no interesse dos que precisam. Caso da Frente Parlamentar de Combate ao Câncer. Tema árido, mas que atinge uma faixa considerável da população.

Só os pacientes portadores de câncer e seus parentes sabem o que são obrigados a passar em busca de uma assistência decente, ante um sistema tão deficiente de saúde. Por isso, não dá pra não destacar a ação do deputado Ruy Carneiro, que teve a iniciativa em torno dessa frente parlamentar, com o objetivo de acompanhar e fomentar o tratamento de câncer no País.

O Blog acaba de receber um manifesto enviado por empresários paraibanos, em que acusa o Governo do Estado de literalmente tratorar os pequenos empresários da Paraíba, com sua política tributária. Conforme o documento, ao beneficiar as grandes empresar do Estado, o Governo Ricardo Coutinho estaria levando milhares de pequenos comerciantes à falência.

Diz: “O Governo conseguiu desequilibrar o comércio local impondo uma carga tributária absurdamente estratosférica, enquanto outras (as grandes) privilegiadas tem incentivos fiscais ultra generosos, com isso está afetando e quebrando as pequenas empresas…” E cita que os incentivos dados aos grandes acabam detonando aos pequenos. Uma espécie de Robin Hood ao contrário.

Já teve de tudo desde que Marina Silva decidiu se filiar ao PSB. De cara, intensa comemoração dos aliados do governador Eduardo Campos, pelo evidente fortalecimento de seu projeto de disputar a Presidência da República. Na esteira, alguns organizadores do Rede Sustentabilidade seguiram Marina e ingressaram no partido de Campos…

… Mas, a euforia durou pouco. Vários militantes verdes como Alfredo Sirkis e Walter Feldman anunciaram decepção com sua decisão e rejeitaram ingresso no PSB. Então, de repente, a própria Marina põe mais gasolina na floresta da aliança ao afirmar ao jornal O Estadão, que não diferenças entre Dilma, Aécio Neves e (pasmem) Eduardo Campos.

Ela afirmou pra deixar dúvidas: “Qual a diferença se for Aécio Neves, Eduardo Campos ou a Dilma?”