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O ex-prefeito Luciano Agra, que tem articulado nos bastidores, a formação de uma frente ampla de oposição no Estado, considera a gestão do governador Ricardo Coutinho abaixo do razoável: “Ora, ele já está no terceiro ano do mandato, mas ainda não conseguiu sequer mostrar um projeto para o Estado. Toda a Paraíba está vendo.”

Segundo Agra, todas as obras que o governador tem anunciado são de gestões anteriores: “As estradas que vem anunciando, por exemplo, vem de governos anteriores, inclusive os recursos são reservados. O Centro de Convenções também. Tenho andado pelo interior do Estado, e vejo que seu Governo não tem um projeto para apresentar.”

Vem sendo mantida sob segredo a tramitação do processo que envolve a denúncia de defensores públicos, quanto aos gastos de R$ 60 milhões em propaganda, durante os dois primeiros anos do Governo Ricardo Coutinho, o que dá cerca de R$ 80 mil por dia. Na ação, os defensores pedem esclarecimentos sobre a aplicação desses recursos, e também busca e apreensão.

Os defensores estranham que, especialmente em 2012, “um ano eleitoral”, o Governo tenha gasto aproximadamente R$ 46 milhões, apenas da parte que foi investigada. Como se sabe, em 2012, durante as eleições municipais a atual secretária Estelizabel Bezerra (Comunicação) foi candidata a prefeita, pelo PSB, com apoio explícito do governador Ricardo Coutinho.

A ação tramita na 6ª Vara da Fazenda, que é titulada pelo juiz Aluízio Bezerra.

O Ministério Público do Estado acaba de impetrar uma ação contra o Estado, através da Promotoria da Saúde, para o fornecimento de medicamentos a pacientes portadores de câncer, que o Governo vem descumprindo. O secretário Waldson de Sousa tem alegado dificuldades para o fornecimento dos medicamentos da parte dos laboratórios.

A nova ação de execução foi protocolada junto à 1ª Vara da Fazenda Pública, uma vez que, segundo a Promotoria, o Governo RC vem descumprindo, continuamente, o fornecimento dos remédios desde 2011, quando a Justiça já havia determinado a sua distribuição regular. Só que os pacientes que tem procurado o Cedmex não tem tido êxito.

Aliás, o Governo está constituindo uma frota capaz de rivalizar com empresas de taxi aéreo. Até 2011, o Estado tinha dois aviões: um Cheyenne e um Sêneca. Mas, o governador, preocupado com a segurança de suas viagens, decidiu comprar um King Air, por R$ 5 milhões, com recursos que seriam para construção de uma maternidade em Catolé do Rocha, segundo o deputado Gervásio Filho.

Agora, talvez ainda insatisfeito com a frota de três, o governador decidiu adquirir mais um avião. É o que se deduz do Pregão 224/2013, cujo edital foi anunciado, recentemente, em que se propõe a adquirir uma “aeronave de asa fixa, tipo avião bimotor convencional, equipada com instrumentos e acessórios para voo visual (VRF) e vôo por instrumentos (IFR), estando enquadrada nas exigências da Agência Nacional da Aviação Civil – ANAC”.

Com quatro aeronaves, o Governo da Paraíba poderá entrar no ramo de taxi aéreo.

Surpreendente na posse do deputado Manuel Júnior, a frente do PMDB de João Pessoa, neste domingo, foi a presença de lideranças que sinalizam para formação de uma grande aliança em torno da candidatura do ex-prefeito Veneziano, em 2014. Estavam lá, dentre outros, Luciano Agra (PEN), Rodrigo Soares (PT) e Marcondes Gadelha (PSC).

O petista Rodrigo Soares admitiu, inclusive, que a formação de um bloco com esses partidos da base aliada de Dilma, à exceção do PSB de Ricardo Coutinho, têm todas as condições de estar num mesmo palanque em 2014: “Nós vamos enfrentar o PSB, cujo Governo todos estamos vendo o resultado, e seus aliados, o PSDB e o DEM.”

A presença de Agra fez reacender os comentários em torno de eventual candidatura a vice de Veneziano.

“Essas mudanças na cúpula da Segurança Pública foram pura enganação do Governo, pra ver se convence a população de que está enfrentando o grave problema da violência no Estado”, foi a avaliação do Coronel Francisco (Clube dos Oficiais), referindo-se à reforma promovida, nesta sexta (dia 11), pelo governador Ricardo Coutinho.

Segundo o oficial, “o Governo sabe muito bem que essas medidas não surtem efeito, porque são mudanças cosméticas”. E complementou: “Não dá pra enfrentar a violência com um efetivo diminuto desses (defasagem de oito mil policiais), a tropa está desestimulada, com essa política salarial perversa, que humilha os policiais”.

E arrematou: ”Um Governo que corta até o seguro de vida dos policiais não entende de segurança.”

São cada vez mais fortes os indícios de que o governador Ricardo Coutinho deve promover uma pequena reforma administrativa até o mês de outubro. O pretexto será, como já noticiado, para afastar os secretários que pretendem ser candidatos em 2014. Mas, a verdade é que RC cogita abrir vagas para acomodar aliados e satisfazer algumas conveniências.

No capítulo das conveniências, é bem possível que convoque o vereador Zezinho do Botafogo para um cargo no Governo. O objetivo é levar Sandra Marrocos, atualmente na Fundac, de volta à Câmara. O governador quer barulho na Casa e uma oposição mais efetiva ao prefeito Luciano Cartaxo, engrossando a bancada com parlamentares mais ofensivos.

De outro lado, se sabe que o governador tem a demanda de acomodar o PTB do ex-senador Wilson Santiago.

Uma polêmica vem permeando o debate interno na Assembleia, nos últimos dias. Tudo depois que o governador Ricardo Coutinho encaminhou o Projeto de Lei 1.251, em que autoriza o Governo arrolar os bens e direitos dos contribuintes que tenham alguma pendência tributária com o Estado, ainda que não tenha havido julgamento final.

O projeto recebeu parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça, mas o governador recorreu através do líder Hervázio Bezerra, e quer resolver a pendência em plenário. Segundo o deputado Vituriano de Abre, da CCJ, é flagrantemente inconstitucional: “É um absurdo o que este Governo quer fazer contra o contribuinte.”

“Essa propositura fere os ditames constitucionais, porque o contribuinte fica com os bens arrolados, sem a ocorrência do devido processo legal.

A onda de protestos volta às ruas de João Pessoa, nesta quinta (dia 11). Os manifestantes prometem se mobilizar aproximadamente 30 mil pessoas para cobrar aplicação de 10% do PIB com educação, mais investimentos em saúde, redução da jornada de trabalho, melhor distribuição dos recursos do pré-sal, mais segurança pública e mobilidade urbana, da pauta nacional.

Da pauta estadual constam, basicamente, um protesto contra a terceirização dos terminais rodoviários, anunciada recentemente pelo governador Ricardo Coutinho, e uma cobrança para que o Ministério Público do Estado abra uma investigação sobre utilização de avião do Estado pela1ª dama, Pâmela Bório, em recente viagem a Minas Gerais.

Os protestos começaram pela manhã com o bloqueio de rodovias no Estado. O tráfego foi interrompido nas cidades de Cajazeiras, Sousa, Cabedelo, Olho D’água, Caaporã e Mamanguape.

Voltou a ser intenso o barulho na Cinep (Companhia de Industrialização da Paraíba). Tudo por que o coordenador jurídico da companhia, Geraldo Marinho Vaz Ribeiro Neto, nomeado pela superintendente Tatiana Domiciano para o cargo, há dois meses, não passou no exame da OAB. Pelo menos não na lista preliminar.

Nas últimas semanas, ao saberem da nomeação do coordenador jurídico, sem ter OAB, os funcionários ficaram indignados e a informação terminou vazando para a Imprensa. Pressionado pela reação dos colegas, Geraldo resolveu se submeter ao exame da Ordem. Mas, pela relação divulgada pela OAB, ele não logrou êxito.

Geraldo Marinho é muito próximo do governador Ricardo Coutinho.