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O senador Cássio Cunha Lima tem dado uma no cravo, outra na ferradura. E, certamente, tem deixado confusos setores do Governo do Estado. Há poucos dias, sinalizou para a manutenção da aliança com o PSB do governador RC para 2014. Mas, na manhã de hoje (dia 4), trocou amabilidades com o senador Vital Filho, algo que causa urticária entre os girassóis.

Em duas postagens no twitter, Cássio mimoseou seu colega de bancada: “Aprovado na CAE importante PL de autoria do senador Vital que perdoa dividas dos produtores do Nordeste. Segue agora para a CD (Comissão de Desenvolvimento).” E complementou: “Parabéns ao senador Vital pela iniciativa e pela capacidade de fazê-la tramitar. Dilma perdoou dividas da África. Nós perdoamos as do Nordeste.”

O ex-senador Wilson Santiago deve estar se indagando com que vespeiro foi se meter, após ingressar no PTB. Não há um dia que não tenha uma surpresinha. Internamente, há muitas insatisfações. Armando Abílio, por exemplo, que abriu mão da presidência, ainda aguarda pela licença de Wilson Filho para assumir a deputação federal.

De quebra, vêm as constantes turbulências causadas pelo bipolar deputado Carlos Dunga. Num dia, Dunga defende aliança do PTB com o governador Ricardo Coutinho. No outro, detona as atrapalhadas do Governo. A última de Dunga é descartar a candidatura de Santiago a senador: “Ele que seja candidato a outro cargo. Ao Senado, não!”

Dunga tem estreitas ligações com o senador Cássio Cunha Lima, que não morre de amores por Wilson Santiago. Para Dunga, o candidato a senador, numa eventual aliança do PSDB com o PSB, tem “que ser indicado por Cássio, deve ser Cícero, e eu advogo que o PTB participe da chapa indicando o suplente”. No caso, ele próprio, Dunga.

O governador Ricardo Coutinho rompeu, no final de semana, o silêncio em relação ao Palácio do Planalto, e fez queixas. Não houve rompimento, é claro, mas subiu uma pequena fumaça, quando o governador se declarou surpreso com o “atraso na liberação do empréstimo da Cagepa com a Caixa Econômica, que foi aprovado pela Assembleia desde março”.

Segundo Ricardo, a Cagepa “cumpriu tudo aquilo que estava disponibilizado na proposta do empréstimo, mas os recursos não foram liberados até agora”. Então, acrescentou: “Não sei se é entrave, por isso mesmo que quero dialogar com a presidente Dilma, em quem eu votei, me esforcei e que pertence a um partido que eu tive em toda minha vida a oportunidade de apoiar.”

É impossível resistir à comparação. Menos de uma semana depois do governador Ricardo Coutinho vetar um aumento de 5,84% (equivalente à inflação) para o funcionalismo estadual, o prefeito Luciano Cartaxo anuncia 8% de reajuste para os servidores municipais. Entre os 3% de RC e os 8% de Cartaxo há uma distância considerável.

RC tem dois anos e meio de mandato (ou cerca de 25 anos, como preferir), enquanto Cartaxo tem apenas seis meses. Também não há, pelo menos até onde se sabe, nenhum contencioso do prefeito com setores do funcionalismo, como há, por exemplo, do governador com o Fisco, pessoal do Ipep (IASS), médicos, engenheiros.

Algumas coisas correm o risco de viciar. Ainda que não façam bem. É o caso das vaias, que normalmente causam constrangimentos para quem recebe. Pois constrangimento foi o que experimentou (pela 12ª vez) o governador Ricardo Coutinho, no último sábado, durante sua passagem Piancó, a caminho de Itaporanga, no Vale do Piancó.

Tudo começou quando um grupo de estudantes cercou o governador, para cobrar instalação de campus da UEPB na cidade. RC reagiu, afirmando que precisava primeiro realizar estudos para saber da viabilidade técnica. Um os estudantes, então, revidou: “Esses estudos já existem. O que não existe é boa vontade de vossa excelência.” Então, vieram as vaias.

E vieram efusivas em praça pública, onde ele concedia entrevista. Alguns estudantes lembravam que o Governo tem dinheiro para comprar o “avião da Pâmela”, mas não tem para aplicar em educação.

“Um verdadeiro fiasco”. Foi como o deputado Anísio Maia qualificou a solenidade com o ministro Marcelo Crivella (Pesca), noite de sexta-feira (dia 31), em João Pessoa: “Não tinha um barco de pesca ancorado. Não tinha pescadores pra ouvir a fala do ministro, que discursou apenas para os turistas que estavam passando pelo local, por causa de uma bandinha de forró”.

“Até mesmo o deputado Jutahy Meneses, que se diz representante dos pescadores, não compareceu, alegando estar doente. Foi um verdadeiro fiasco, e o ministro Crivella falou apenas dois ou três minutos para os turistas que dançavam forró, deu por aberta a temporada de pesca da lagosta, e encerrou seu discurso muito aborrecido”, revelou o petista.

Dois assuntos se destacaram no debate do pré-candidato Veneziano, durante evento do PMDB realizado em Patos, na manhã de sábado: os problemas da saúde e da segurança pública com o aumento da violência em todo Estado. Houve muitas queixas das pessoas presentes em relação ao caos na saúde na região, que chegou a virar caso de polícia.

No caso da violência, as pessoas revelaram clima de terrorismo na região, após o arrastão realizado por um bando em Princesa Isabel, num episódio que ganhou repercussão nacional. Segundo Veneziano, o “Governo (Ricardo Coutinho), não tem se mostrado competente para gerenciar a saúde, a ponto de terceirizar uma atividade que é próprio de Estado”.

O ex-governador Roberto Paulino foi eleito, na manhã deste domingo (dia 2) 1º vice-presidente estadual do PMDB. Paulino vai ocupar a vaga que era do ex-senador Wilson Santiago. Santiago, como se sabe, se elegeu na chapa de Zé Maranhão, mas depois decidiu deixar o partido e migrar para o PTB, deixando a vice em aberto.

Paulino assumiu, lamentando, a “deserção” de Santiago, mas preferiu manter um discurso de conciliação, admitindo até mesmo a possibilidade do PTB vir a compor com o PMDB, nas eleições do próximo ano.

Muito interessante o texto postado no facebook pelo professor e poeta campinense Ed Porto, sobre a surpreendente mudança do secretário Chico César (Cultura) e o governador Ricardo Coutinho em relação ao chamado forró de plástico. Diz num trecho: “O que vale é que em 2014 tem eleição e o palco tem que oferecer um cardápio popular senão a reeleição dança.”

O poeta lembra que, há dois anos, Chico avisou que o Governo não iria investir recursos públicos em eventos que tivessem bandas de forró de plástico. Mas, dois anos depois, “o governo do Estado apoia os festejos de Antônio, João e Pedro em mais de 20 prefeituras paraibanas em cuja programação musical temos o melhor do pior forró de plástico.”

O governador Ricardo Coutinho autorizou a primeira-dama, Pâmela Bório, usar o avião do Estado para viajar a Belo Horizonte. Pâmela foi a Minas receber premiação do jornal MG Turismo, como “Mulher Influente” e, provavelmente, pelos serviços prestados ao turismo mineiro. A informação foi passada ao Blog por um funcionário do Governo.

Segundo o servidor, “o avião do Estado não pode decolar, sob nenhuma hipótese, sem o consentimento do governador Ricardo Coutinho”. Além do mais, ainda segundo o servidor, “as ordens de abastecimento são controladas pelo governador, então não há qualquer possibilidade do avião deixar o hangar do Estado, sem o seu conhecimento”.