Principal

Sempre que um ranking nacional é divulgado, advém um sobressalto, porque a Paraíba sempre figura em situação constrangedora. Como é o caso do novo ranking da geração empregos. O País fechou o 1º trimestre com a criação de 306 mil vagas de trabalho. Mas, a Paraíba, no mesmo período, perdeu 9.030 empregos formais.

Conforme estudo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged – Ministério do Trabalho), o Estado apresentou o 3º pior desempenho na área de geração de empregos. Perdeu apenas para Alagoas e Pernambuco. Se bem que, é importante destacar, à exceção da Bahia, todos os demais Estados do Nordeste apresentaram desempenho negativo.

Uma decisão de 11 de abril, do Tribunal Superior Eleitoral, pode selar o destino das eleições de 2014 na Paraíba. Ao julgar o Recurso Especial Eleitoral RESPE nº 34.811, à luz na Lei 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), o TSE decidiu pela inelegibilidade de oito anos, num caso de condenação por abuso de poder econômico e captação ilícita de votos.

E o que esse caso tem a ver com a Paraíba? Tem tudo, pela evidente semelhança ao caso do senador Cássio, segundo assegura ao Blog um advogado de viés girassol. O caso trata de um vereador de Nova Soure (BA), que teve o registro da candidatura indeferido, por causa de uma condenação em 2004, o que, segundo o TSE, tornou o parlamentar inelegível até 2012.

Ao tentar o registro, o vereador argumentou que já havia sido punido pelos três anos de sua cassação, de 2004 a 2007, e que a lei (da Ficha Limpa) não poderia retroagir para prejudicar. A ministra Laurita Vaz desconheceu a argumentação: “Ainda que tenha transcorrido o prazo da sanção imposta por força de condenação pela Justiça Eleitoral, incide o prazo de oito anos de inelegibilidade…”

Já foi uma surpresa a nomeação de Moacir Barbosa Veiga para a Aesa (Agência de Águas da Paraíba). Sua permanência no cargo, então, foi um prodígio. Não por falta de competência. Primeiro, por se lançar candidato a deputado federal, em confronto à postulação de Pedro (filho do senador Cássio) Cunha Lima. Depois, por suas recentes críticas à Cagepa.

Moacir, como se sabe, é irmão do prefeito Romero Rodrigues, que vem tendo uma relação, digamos, bipolar com o governador Ricardo Coutinho. Na campanha eleitoral, estiveram distantes. Um dia após a posse, RC foi a Campina dar o “maior apoio”. Mas, diante dos ruídos internos entre Romero e Cunha Lima, o governador aparentemente fez sua opção, demitindo Moacir.

Depois de tantas notícias ruins, com a Paraíba sendo manchete nacional em escândalos (como da gastança na Granja), indicadores assustadores de violência (João Pessoa a 10ª cidade mais violenta do mundo) e outras tantas, eis que temos uma notícia boa: o anuncio de que João Pessoa terá um centro de treinamento para seleções da Copa 2014.

Não está ainda muito claro se a cidade ganhará um novo centro esportivo, ou se haverá o melhoramento de algum dos atuais, mas o simples fato do projeto apresentado pelo prefeito Luciano Cartaxo ter sido aprovado pela Fifa já é motivo de contentamento. É algo que mexe com o amor-próprio das pessoas, ressabiadas com tantos fatos deprimentes.

De qualquer forma, foi o que Cartaxo oficializou, após reunião no Rio de Janeiro com representantes do Comitê Organizador da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014

Fazendo água

Foi surpreendente a demissão de Marco Túlio, da Cagepa, onde trabalhava, há duas décadas. Ele vem a ser concunhado do senador Cássio Cunha Lima que, recentemente, se negou a indicar o presidente da PBGás. Pelo visto ainda tem muito água para passar por debaixo da ponte.

Ausência da Paraíba na Câmara

Lamentável a ausência do secretário Cláudio Lima (Segurança), o Coronel Euler, ou um representante, na audiência promovida pela Câmara Federal, na tarde desta terça (dia 16), para discutir o aumento da violência na Paraíba. Passa a impressão de que não há interesse em discutir o problema.

O ex-prefeito Luciano Agra foi aconselhado a se manter distante do novo partido, a Mobilização Democrática, que será criado nesta quarta (dia 17). A nova legenda, resultante da fusão do PPS com o PMN, deverá apoiar o projeto político do governador Eduardo Campos. É o que sinaliza o presidente do PPS, Roberto Freire.

Caso se confirme essa tendência, Agra não teria como ingressar na Mobilização Democrática, conforme se especulou na praça, porque se o partido vai apoiar Campos, também terá alinhamento com a candidatura à reeleição do governador Ricardo Coutinho. E Agra tem dito que não vota “nunca mais em Ricardo Coutinho”.

Há um festival de fatos estranhos nessa greve dos servidores da UEPB. Após dois meses de paralisação, o reitor Rangel Júnior se mantém fechado em copas, não atente às reivindicações dos servidores que o elegeram, e ainda lava as mãos nas negociações com o Governo RC. É realmente de causar estranheza. Sem ser pressionado, é tudo o que o Governo quer.

Aliás, a secretária Aracilba Rocha (Finanças), que assina o cheque desde o fim da autonomia da UEPB, já avisou que não cabe ao Governo RC negociar com os grevistas. Segundo ela, isso é papel do reitor. Por seu turno, o reitor alega que a universidade não tem orçamento para atender aos servidores, e não vai cobrar mais recursos do Estado. Ou seja, não tem saída.

Agora, para coroar o surrealismo reinante, o Ministério Público decide requerer a ilegalidade da greve.

A arenga entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo rendeu outro capítulo. Após acusar o prefeito de nada ter feito em 100 dias de Governo, RC também afirmou que o passe livre do estudante é “uma farsa”. O governador alegou que os estudantes “moram perto de suas escolas, então não vai beneficiar ninguém”.

Cartaxo decidiu revidar: “Quem está criticando o passe livre deve começar a aprender a contar. Temos, por exemplo, mais de 500 estudantes no turno da noite, que precisam do benefício. É uma conquista deles, não do prefeito Luciano Cartaxo. Agora, não precisa ficar com raiva por causa das melhorias que nosso Governo está implantando.”

Sujou a ficha

A Justiça Federal condenou o secretário Carlos Antônio (Interiorização) a um ano de detenção, cinco de inelegibilidade e multa de 10 salários-mínimos. Pela sentença, Carlos Antônio está também impedido de assumir cargos ou funções públicas.

Justiça notifica RC?

A Justiça Federal, inclusive, já mandou notificar o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba quanto aos termos da sentença. Mas, pelo visto, não notificou o governador Ricardo Coutinho, que sinalizou pela permanência de Carlos Antônio na Secretaria

Demissão de Geraldo

Pelo que se comenta na Câmara, o secretário Geraldo Accioly (Acompanhamento Governamental) não pediu demissão “apenas por motivos pessoais e familiares”. Há quem fale em ideias divergentes do prefeito Cartaxo, na relação com o Governo Dilma.

A violência crescente na Paraíba será matéria de debate na Câmara Federal. A Comissão de Segurança Pública da Casa decidiu realizar sessão para discutir os altos índices de violência verificados no Estado, a pedido do deputado Major Fábio: “A violência em nosso Estado está extrapolando todos os limites, a população não suporta mais!”

Além da Paraíba, outros Estados como Pernambuco, Alagoas e Bahia também serão objeto do debate: “Nós queremos, exatamente, ouvir o que as autoridades estão fazendo para controlar essa violência que tem crescido bastante.”