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Setores do Palácio da Redenção receberam com algum desconforto declarações do senador Cássio Cunha Lima, criticando uma aproximação do PSDB de Zé Serra com o PSB de Eduardo Campos. Tudo começou quando a mídia nacional registrou um recente encontro de Serra e Campos, que deveria ter sido sigiloso, em São Paulo.

Na sequência, Campos e Serra deram declarações calientes. O tucano afirmou que a candidatura de Eduardo Campos “é boa para o Brasil”. E como se estivessem orquestrados, Campos retribuiu: “Esse campo em que Serra sempre militou é mais próximo do nosso do que muita gente que está e esteve conosco na base de sustentação do presidente Lula. Todo mundo sabe disso.”

Agora é oficial. A direção nacional do PTB registrou em seu site na Internet (http://bit.ly/11TVYsM) a filiação do ex-senador Wilson Santiago ao partido. Já tem até data marcada: Santiago assina a ficha de filiação na próxima quarta-feira (dia 3), na sede do partido em Brasília. Mas, não fala sobre a filiação de filho, o deputado Wilson Filho.

Conforme registro do site, “o mais novo petebista Wilson Santiago chega com a missão de dar ao partido mais força e maior representatividade na Paraíba – onde assumirá a presidência estadual –, e, também, trabalhar para o crescimento e a expansão política e partidária do PTB no Brasil”. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PT, Benito Gama.

Bombeiros vêm fazendo jejum em Campina Grande, nessa Semana Santa, para tentar apaziguar os ânimos entre partidários do grupo Cunha Lima e seguidores do prefeito Romero Rodrigues. Tudo por conta da disputa pela Câmara Federal, em 2014. Há uma vaga em disputa e dois potenciais candidatos no páreo.

Fácil entender. A pendenga começou quando o senador Cássio Cunha Lima admitiu, no final de semana, que seu filho, Pedro, deverá ser candidato a deputado federal em 2014. Pedro, como se sabe, até já estreou no Congresso, ocupando a tribuna do Senado pra saudar a memória do avô, Ronaldo Cunha Lima, homenageado pela Casa.

O assunto causa urticária no Governo RC, mas a verdade é que, progressivamente, a violência ganha contornos de guerrilha nessas latitudes. Um dado para se refletir: pela primeira vez, João Pessoa entrou para o ranking da CNN que traz as 10 cidades mais violentas do mundo. Em 2010, a cidade era 29º nesse mesmo ranking. Subiu 19 posições em dois anos.

Os dados que alimentam a CNN são da ONG mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Publica y Justícia Penal. Os números de 2010/2011 revelam que João Pessoa vinha 29ª no ranking, com uma taxa de 48,64 assassinatos por grupos de 100 mil pessoas. Também nesse ranking estava Maceió (3ª, com 135,26 assassinatos), seguida por Belém (10ª, com 78,04).

O governador Ricardo Coutinho tem afirmado, em seus últimos pronunciamentos, que a violência diminuiu nos últimos dois anos.

O governador Ricardo Coutinho começa a mudar a geografia de sua gestão, provavelmente de olho em 2014. Pelo menos foi o que deu a entender com a nomeação do ex-prefeito Carlos Antônio para a Secretaria de Interiorização, no lugar de Fábio Maia, presidente do PSB de Campina Grande.

Carlos Antônio vinha ocupando a Secretaria de Planejamento de Cajazeiras, na administração da esposa, a prefeita Denise. A nomeação foi confirmada pela assessoria do governador, que telefonou para o ex-prefeito formulando o convite. Carlos Antônio deve tomar posse logo após a Semana Santa.

Só existem dois lugares no mundo, onde se faz esse tipo de inauguração: na Sucupira, de Odorico Paraguaçu (O Bem Amado), e na Paraíba, de Ricardo Coutinho (talvez nem tanto). Ora, como é que um governador deixa os seus afazeres, quando podia inclusive estar trabalhando um plano de combate à violência, e mobiliza toda uma guarda pretoriana de seguranças, para inaugurar uma… passarela?

Pois, foi o que aconteceu, na tarde desta quarta-feira (dia 27), na BR-230, proximidades do Conjunto Renascer. Durante praticamente todo o dia, operários foram mobilizados para dar os últimos retoques na obra (!), enquanto os seguranças patrulhavam a área em busca de manifestantes capazes de vaiar o governador. Tudo para receber sua excelência. Resultado: o trânsito engarrafou.

Por que não ir logo para os finalmentes, e entregar a obra, em vez de ficar com tantos entretantos, que só trouxeram atropelos à população?

Poucas horas após assumir o Governo, em 2011, Ricardo Coutinho se encontrou com o procurador Oswaldo Trigueiro, que entregou uma recomendação do Ministério Público para demitir servidores. RC nem pestanejou e mandou para a rua cerca de 30 mil prestadores de serviço, alegando que eram contratações ilegais.

Mas, é importante observar como o mundo dá voltas. Na manhã desta quarta (dia 27), o Ministério Público novamente emitiu recomendação similar para o governador demitir mais 9.4 mil servidores. Pois, nem bem a poeira assentou, e nosso ínclito, preclaro e insigne governador anunciou, com toda autoridade, que não irá demitir ninguém (!).

Mas, afinal, o que houve com aquele destemido governador que demitiu mais de 30 mil pais de família?…

O PT decidiu intensificar o cerco ao ex-prefeito Luciano Agra, após avaliação de algumas pesquisas. Agra tem se mantido, de forma surpreendente, com elevada aprovação popular. Mas, o ex-prefeito segue indeciso em relação ao partido. Teme ter que votar no governador Ricardo Coutinho.

Não há a certeza de que o governador Eduardo Campos será candidato a presidente, apesar de todo o teatro político que vem exercitando pelo País afora. E se, no fim, decidir ser o vice da presidente Dilma? Num cenário assim, o PT certamente iria votar na reeleição de RC. Tudo o que Agra não quer.

Recentemente, Agra revelou para um interlocutor, com quem discutiu sobre alianças para 2014: “Eu não tenho a menor condição de votar novamente em Ricardo Coutinho. Ele foi a maior decepção política que tive na vida.”

O deputado Carlos Dunga pretendia passar três semanas na oposição, mas, pelo visto, não suportou nem três dias. Bastou uma conversa reservada com o governador Ricardo Coutinho, e já abandonou o barco da oposição para engrossar a bancada governista. Sua decisão não muda a geografia das bancadas, pois seu antecessor, Genival Matias, já acompanhava RC.

Dunga tentou justificar a adesão-relâmpago ao governador para seus colegas na Assembleia: “Confio em Ricardo Coutinho e darei apoio a sua administração. Ouvi do governador a importância de marchamos unidos e me convenci.” Segundo Dunga, RC se comprometeu a realizar as obras que ele reivindicou em sua região, polarizada basicamente por Boqueirão.

Há poucos dias, Dunga externava mágoa com o governador…