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Está claro que o prefeito eleito Luciano Cartaxo não deseja a permanência da secretária Roseana Meira (Saúde). Ficou evidente desde a formação de sua equipe de transição. Cartaxo até criou certo suspense quando anunciou a primeira fornada de seu time, mas ficou praticamente sacramentado quando formalizou a segunda leva de auxiliares.

O prefeito Luciano Agra, como sempre de língua solta, não tem se contido e já externou para a Imprensa o seu desejo íntimo pela permanência de Roseana. Ela própria não tem escondido sua frustração por não ter sido, até agora, confirmada. E a verdade é que, se não foi até agora, dificilmente será. A menos que fatos novos ocorram nas próximas horas.

Das duas, uma: ou o vice eleito Nonato Bandeira decidiu recuar, diante da ameaça da ex-secretária Tatiana Domiciano, ou concluiu que os documentos em seu poder não respaldam a sua afirmação de que o governador Ricardo Coutinho usou vultosas quantias da Secretaria de Comunicação, da ordem de R$ 30 milhões, para tentar eleger sua candidata, Estelizabel Bezerra.

A verdade é que, em seu depoimento, na manhã desta sexta que nem era 13, à Comissão de Constituição e Justiça, bem como em suas declarações à Imprensa, Nonato Bandeira claramente amenizou seu discurso de alguns dias, quando fez a grave denúncia contra o governador. O jornalista claramente realinhou suas acusações. O que não deixou de ser surpreendente.

O estilo beligerante é típico do governador Ricardo Coutinho. Por isso, não foi de estranhar o pedido de demissão em massa dos procuradores do Estado, de seus cargos de confiança, alegando desrespeito protagonizado pelas secretárias Livânia Farias (Administração) e Aracilba Rocha (Finanças). Elas apenas seguem o figurino do chefe.

Nem todos suportam maus tratos. Pelo visto, esse foi o caso dos procuradores. Na carta que remeteram ao procurador-chefe Gilberto Carneiro, eles alegam que Livânia e Aracilba “dispensaram tratamento desrespeitoso com a categoria, chegando a sugerir que bons profissionais fizessem concurso para sair da carreira (de procurador)”. A cara do governador.

A comunidade acadêmica da UEPB pode respirar. Após meses de suspense, o governador Ricardo Coutinho confirmou o que se esperava dele: a nomeação do professor Rangel Júnior. Foi uma atitude louvável, diante das tantas especulações indicando a possibilidade dele subverter a ordem vigente e nomear outro reitor.

Rangel conquistou legitimamente a condição de ser nomeado, a partir da eleição realizada em maio, quando obteve 4.061 votos contra Cristovão Andrade, que ficou com 1.785, e Eliana Maia, com 1.477

O prefeito Luciano Cartaxo gosta de jogar para a plateia. Foi assim nos vários rounds que travou com o governador Ricardo Coutinho, após seu rompimento político. É de seu estilo provocar o adversário e, depois, se apresentar com ares de inocência. O mesmo ocorreu nesse episódio de sua visita ao presidente do PEN, deputado Ricardo Marcelo.

Agra não tem interesse de se filiar ao ecológico PEN neste momento. Mas, precisava mandar um recado para o pessoal do PT e, por tabela, ao prefeito eleito Luciano Cartaxo. Ele pode não ter sido original na operação, mas tem razão em se queixar, neste episódio envolvendo a secretária Roseana Meira, que seu sucessor não quer manter na Saúde.

Ora, Luciano Agra foi disparado quem decidiu a eleição de Luciano, o Cartaxo. Condição que o PT se nega a reconhecer.

O empresário Olavo Cruz Neto, que teve o sigilo quebrado (ao lado do senador Cássio Cunha Lima) por decisão da ministra Rosa Weber (Supremo), foi um dos doadores de campanha do então candidato Ricardo Coutinho, nas eleições de 2008, quando disputou a reeleição a prefeito. Sua doação, no entanto, foi modesta: R$ 8 mil. Em espécie.

Olavo, como se sabe, foi preso em flagrante, numa das salas do Edifício Concorde, em João Pessoa, acusado de jogar dinheiro pela janela, no escândalo que ficou nacionalmente conhecido como o Caso do Dinheiro Voador. O flagrante ocorreu na eleição de 2006, quando Cássio disputava a reeleição ao Governo do Estado, e Olavo era um de seus apoiadores.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, decretou a quebra do sigilo bancário do senador Cássio Cunha Lima e do empresário Olavo Cruz, envolvidos no que se convencionou chamar de Escândalo do Dinheiro Voador. O fato aconteceu nas eleições de 2006, quando uma mala de dinheiro foi jogada de uma sala do Edifício Concorde.

A decisão da ministra ocorreu no último dia 3 de dezembro e, já no dia seguinte, foi publicada no Diário da Justiça Eletrônica, em sua página 49. Rosa Weber atendeu solicitação do Ministério Público Federal, dentro do inquérito nº 3.404, que apura o caso. O escândalo que ganhou repercussão nacional, envolvia dinheiro que, segundo a denúncia, era distribuído em troca de votos.

Roubo misterioso

A Granja Santana enquadrou, há poucos dias, uma funcionária por roubo. Ela, inclusive, assinou um documento admitindo o ilícito. Mas, para seu advogado afirmou que só assinou sob pressão e por temer pelo seu futuro.

Ausentes na diplomação

O governador RC e o prefeito Luciano Agra têm algo em comum: não foram à diplomação do prefeito Luciano Cartaxo e vereadores. RC sequer mandou representante. Agra só tira chapéu após confirmação de Roseana Meira na Saúde.