Centro de Convenções: quem tem idéia fixa é doido

Simplesmente não havia clima para o governador Ricardo Coutinho inaugurar a primeira etapa do Centro de Convenções sem citar o trabalho dos antecessores. Mas, isso não tira o seu mérito de ter dado continuidade à obra. Aliás, dar sequencia a obra de antecessores deveria ser regra e nunca exceção.

Como entregar uma obra do porte do Centro de Convenções desconhecendo o trabalho do ex-governador Tarcísio Burity (e também Milton Cabral), que iniciou o Costa do Sol? Obra que poderia estar mais adiante, não ficasse inteiramente abandonada durante todo o governo Ronaldo Cunha Lima.

Mas, felizmente, o ex-governador Cássio Cunha Lima redimiu o deslize administrativo do pai, licitando a obra. Licitação que, a bem da verdade, foi barrada pelo TCU por suspeita de superfaturamento que, durante muito tempo, impediu o início dos trabalhos. De qualquer forma, Cássio planejou e licitou.

Não dá também para esquecer o trabalho do ex-governador Zé Maranhão que, efetivamente, iniciou a obra. E, conforme denúncias da época, ele não teria deixado os trabalhos mais adiantados por causa da ação política de certos ambientalistas girassóis, que tentaram a todo custo impedir a sua realização.

De qualquer modo, sem mais obstáculos da comunidade ambientalista (!), o governador RC encontrou obra licitada, trabalhos iniciados (em cerca de 30%) e, o que é mais importante: dinheiro em caixa. Não tocar a obra seria um absurdo. Não citar o trabalho dos antecessores, um atestado de burrice.

Já a utilização do cantor Zé Ramalho, o verdadeiro mago paraibano, para atrair assistência, isso deve ser creditado na conta da esperteza política. Não faz nem tanto tempo assim, o então vereador RC, bem como seu sucessor, o deputado RC, chegaram a acionar a Justiça contra inaugurações de obras pela metade em João Pessoa e na Paraíba.

Mas, é como de diz na praça: quem tem idéia fixa é doido. Num tempo que era conveniente crititar, a crítica rendeu votos, hoje o que rende votos é fazer o que antecessores faziam. Aqui, vale a máxima do atual governo: faça o que digo, mas não faça o que eu faço.