CHICO PEREIRA Paraíba perde de seus mais notáveis artistas plásticos e membro da Academia Paraibana de Letras

Eu conheci Chico Pereira, logo que cheguei a João Pessoa, em 1992. Naquele tempo, era comum encontrar com Chico na companhia do advogado Roosevelt Vita, de que era muito amigo. Às vezes, também, com o então secretário Salles Gaudêncio, hoje companheiro de Academia Paraibana de Letras.

Chico era figura de destaque e, graças a seus extraordinários dons artísticos, chegou mesmo a compor uma tela com aquela “confraria” de amigos. Amigo, leal, solidário, presente, e, sobretudo atualizado com a modernidade, Chico era uma enciclopédia ambulante e discutia, com igual desenvoltura, artes, política e cultura.

Há dois anos, quando juntos empreendemos viagem a Leopoldina, indicados pela Academia Paraibana de Letras, Chico me confidenciou a urgência que vinha sentindo para realizar diversas exposições, com suas impressões do mundo, em variados matizes, afinadas com o seu pensamento contemporâneo e sua criatividade.

Perco um amigo e a Paraíba fica menor sem um de seus mais mais valorosos talentos. Chico se vai e leva consigo a saga de uma geração que presenciou os acontecimentos, mesmos os mais traumáticos do Brasil, nas últimas décadas, com as lentes de sua perspicácia, mas, sobretudo, o otimismo que era uma de marcas.

E, nós, da Confraria Sol das Letras, ficamos sem um de seus fundadores. Grande perda.