Cícero Lucena e o caso da Pajero
O senador Cícero Lucena anda sem sorte. Apesar de recentemente ter sido beneficiado, com absolvição, em mais uma decisão da Justiça Federal no âmbito da Operação Confraria, ele teve seu nome exposto nacionalmente pelo jornal Correio Braziliense, com a denúncia do aluguel de um veículo Mitsubishi Pajero, locado da empresa do irmão, Pedro Lucena.
Resolução do Senado proíbe a contratação de serviços, usando verbas indenizatórias (como foi o caso), junto a empresa de pessoas parentes de até 3º grau. O veículo foi alugado à Locadora Avis que, na Paraíba, é uma franquia administrada pela Z Veículos, pertencente a Pedro. Em nota à Imprensa, Cícero informou ter devolvido todo o dinheiro pago pelo aluguel da Pajero.
A devolução teria ficado em torno de R$ 50,4 mil. O aluguel mensal do veículo era de R$ 7,2 mil, por sete meses. Segundo o jornal, esse preço estaria acima do praticado no mercado por uma Pajero aberta para transporte de carga. Na nota, o senador sustenta que, na verdade, o preço médio do aluguel gira em torno de R$ 12 por uma Pajero, não aberta, mas Full.
Segundo a reportagem do Correio Braziliense, “os senadores têm direito a R$ 15 mil por mês para despesas com aluguel de escritório político, aquisição de material de consumo, combustível, divulgação parlamentar, entre outros, além de um valor, que varia entre R$ 6 mil e R$ 29,2 mil por Estado, para passagens aéreas”.
A verdade é que a operação representou um deslize da assessoria do senador Cícero. A própria devolução dos valores pagos é uma confissão da culpa. Convenhamos, é difícil imaginar que não se tinha conhecimento do proprietário da empresa onde o veículo foi locado. E Cícero sabe com o seu posto é uma vitrine no Senado.