Com a decisão do PMDB e ameaça de bombas começa efetivamente o 2º turno
A decisão do PMDB de liberar a militância para o segundo turno, em João Pessoa, certamente não era o que o PT, do candidato Luciano Cartaxo, esperava. Até a semana passada, Cartaxo dava como certo esse apoio. Houve uma frustração de expectativas, que pode trazer alguns prejuízos, mesmo para quem virou pro segundo turno com uma margem magistral.
O candidato Cícero Lucena ganha fôlego, e não apenas com a decisão do PMDB. É fato que o tucano dava como perdido o apoio de peemedebistas. Agora, com a decisão de liberar a militância, é até possível que consiga uma maior fatia do bolo. Afinal, durante toda a campanha, havia mais afinidades entre os candidatos Cícero e Maranhão, do que Maranhão e Cartaxo.
Cícero também pode se beneficiar da pendenga entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo. Dentro daquela máxima da política de que o pior adversário é o último, não será de causar espanto se parte da militância ricardistas votar silenciosamente em Cícero. É um continente nada desprezível, afinal Estelizabel obteve mais de 20% dos votos.
Claro que política não é como a aritmética, em que dois mais dois é quatro. Porém, somados os votos dele próprio (20,27%), de parte dos peemedebistas simpatizantes (Maranhão obteve 18,87%) e dos ricardistas magoados com Agra, talvez Cícero possa entrar no jogo do segundo turno com boas fichas. Algo impensável, quando se fecharam as urnas do primeiro turno.
Além do mais, ricardistas mais revoltados com Agra andaram propalando em privado, nesse feriadão, que o governador está preparando um bombardeio de elevado poder de destruição contra o prefeito. Ricardo, pelo visto, não perdoa mesmo a rebeldia de Agra, a quem considera sua criatura. Só o temo dirá se esses petardos e a decisão do PMDB poderão ameaçar o favoritismo de Cartaxo.