Conab revela que ração do Governo RC não está podre, mas está encalhada
O superintendente da Conab na Paraíba, Gustavo Guimarães, acionou o Blog para reparar termo utilizado pelos deputados da Caravana da Seca sobre o problema que está ocorrendo com a ração animal do Governo do Estado estocada nos armazéns da companhia: “A ração está realmente encalhando, mas não está apodrecendo.”
E acrescentou: “Nós também somos críticos em relação à forma como o Governo do Estado vem executando esse programa, porque está vendendo a ração a um preço superior ao praticado no mercado. Com isso, a ração termina encalhando em nossos armazéns. Mas, nós nada temos a ver com esse programa, apenas cedemos os armazéns ao Governo.”
A Conab cedeu, não apenas os armazéns, mas também o cadastro de produtores para o Governo do Estado implantar um programa de distribuição de ração animal, na verdade um volumoso (tipo feno), que é apenas parte integrante da alimentação dos rebanhos. E, apesar de ser um programa do Governo, a Conab também faz controle fitossanitário, exatamente para evitar que apodreça.
Durante a Caravana da Seca, os deputados testemunharam (migre.me/ci6nF ) que, em vez de oferecer a ração gratuitamente ou, pelo menos, com baixo preço, o Governo vem vendendo o produto com um preço acima do praticado no mercado. Enquanto um quilo desse volumoso para gado é vendido no comércio por R$ 0,15 (quinze centavos), o Governo oferece produto similar por R$ 0,18, o quilo.
Com isto, a maioria para dos criadores prefere adquirir a ração no comércio, e a ração do Governo termina encalhada em armazéns da Conab. Essa descoberta irá constar do relatório que está sendo produzido e será encaminhado aos Governos do Estado e da União, denunciando a situação em que se encontra o Estado com a estiagem prolongada.
Para se ter uma ideia dos estragos causados pela seca nos rebanhos do Estado, havia na região do Curimataú, antes da estiagem, aproximadamente 15 mil cabeça de gado. Com o agravamento da situação, os rebanhos da região foram reduzidos a cerca de 3 mil cabeças, segundo relato dramático do presidente da Famup, Buba Germano.