Concursados são obrigados a roçar mato e fazer faxina no Corpo de Bombeiros após denunciarem manobra do Governo
Há coisas que, pelo inusitado, só acontecem na Paraíba. É o caso, por exemplo, dos concursados do Corpo de Bombeiros. Nos últimos dias, eles procuraram a Imprensa para revelar uma manobra do Governo do Estado de protelar o curso de formação de soldados para adiar sua contratação. Pois, o Governo decidiu retaliar os concursados.
De que forma? Obrigando os concursados a fazer, todos os dias, a capina do mato que cresce por trás do Corpo de Bombeiros. E no horário mais insalubre: depois das 14h. Algo que, aliás, a Procuradoria do Trabalho certamente precisa tomar conhecimento. Pois, segundo os concursados, a determinação para a realização da roça do mato veio após a denúncia de manobra do Governo pela Imprensa.
Pra entender – Como foi denunciado, apesar da necessidade de aumentar o efetivo do Corpo de Bombeiros, o Governo do Estado decidiu reduzir drasticamente a carga horária do curso de formação de soldados, o que impede a sua contratação dentro do prazo previso pelo concurso público. (mais em http://goo.gl/C6kEhb).
O mais grave foi que a maioria dos alunos aprovados no concurso e matriculados no curso vem de outras cidades e até de outros Estados para estudar em João Pessoa. Alguns chegaram mesmo a trazer suas famílias, e isto evidentemente acarretou despesas, que estão se prorrogando além do prazo previsto. “Alguns estão sem dinheiro para continuar”, confessou um concursado ao Blog.
O curso teria uma duração prevista de oito meses, ou 1070 horas/aulas, conforme o edital do concurso, porém o curso está se estendendo além do previsto. “Desta forma, (os aprovados) submetem suas famílias a passar necessidades, uma vez que a bolsa de estudos é insuficiente para o sustento de uma pessoa, imagine de uma família”, explicou.
Postagem – Eis o que postou um dos concursados numa rede social: “Alem de sermos empregados no período de folga para a faxina e capinar mato. E também o comandante dos bombeiros alega que falta efetivo, mas não promove as pessoas que já estão prontos para o efetivo serviço, pois os mesmos desde o carnaval vem sendo utilizados para cobrir a falta de efetivo no estado, prestando serviço recebendo apenas um salario mínimo.
Isso que está acontecendo com os concursados do corpo de bombeiros militar da Paraíba. Elasteceram o período de formação para manter os alunos até o final do ano, onde o governo alega a falta de verba para promoção, onde não é cabível tal justificativa haja vista que para se abrir concurso público deve haver prévia dotação orçamentária.”