CONSÓRCIO NORDESTE Onde estão os R$ 48,7 milhões usados para comprar respiradores que nunca foram entregues?
No início da pandemia no Brasil, em 2020, o Consórcio Nordeste promoveu a aquisição de 300 respiradores ao preço de 48,7 milhões. A compra foi anunciada como uma grande façanha do grupo de nove governadores, não fosse pelo pequeno detalhe que os aparelhos… nunca foram entregues!
Na sequência, descobriu-se que o executivo do Consórcio, Carlos Gabas, havia feito a compra a Hempcare, uma empresa de fornecimento de produtos derivados da cannabis, que nunca tinha comercializado aparelhos antes. E que já tinha efetuado o pagamento pela compra que não se concretizou.
Depois, durante a CPI da Covid (instalada no Rio Grande do Norte), uma nova revelação: Carlos Gabas teria solicitado que a Hempcare fizesse uma doação de quase R$ 5 milhões em respiradores para Araraquara. O prefeito Edinho Silva (Araraquara-SP), do PT, apesar de intimado pela CPI, não compareceu para explicar a insólita doação com o dinheiro dos nordestinos.
O fato é que, até o momento, nem o respiradores foram entregues, nem o dinheiro devolvendo aos cofres públicos. O Consórcio Nordeste é integrado pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Lavagem – Conforme a CPI da Covid, a Hempcare era uma mera intermediária da propina. Pois, segundo delatores, ela não fabricava nem vendia respiradores, que eram produzidos pela Biogeoenergy, de… Araraquara. Além do mais, o endereço da Hempcare é o mesmo do apartamento onde mora a sua dona. Para os deputados da CPI, era uma empresa usada meramente para lavar dinheiro.
Nota – Em do último mês de outubro, o Consórcio pontuou: “Considerando a não entrega dos equipamentos pelo fornecedor no prazo fixado no Contrato, o Consórcio Nordeste procedeu à rescisão unilateral e adotou as medidas jurídicas cabíveis, declarando a empresa Hempcare Pharma Representações Ltda inidônea para licitar e contratar com a Administração Pública. Para a restituição dos valores pagos, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia – PGE/BA propôs Ação Judicial, na qual houve o bloqueio de bens e aguarda desfecho perante o Poder Judiciário.”