CPI de Cachoeira: a espinhosa missão de Vital
De todas as missões que o senador paraibano Vital Filho encarou no Congresso, incluindo ai a Comissão de Orçamento, presidir a CPI de Cachoeira é, de longe, a mais espinhosa. E de muitos riscos. Sabe-se que ele foi convidado pelo Planalto, o PT e o PMDB para comandar os trabalhos.
Mas, se de um lado, presidir essa CPI lhe confere uma visibilidade nacional, de outro, exigirá habilidade para sobreviver ao tsunami que representa uma investigação dessa envergadura. Sempre se sabe como inicia uma CPI, mas nunca como acaba. Muitas vezes um fato surpreende e vira o jogo.
São frequentes os comentários de que o bicheiro Carlinhos Cachoeira tem ligações com muita gente influente em Brasília. É como assanhar num vespeiro. As investigações tanto podem ficar restritas apenas ao senador Demóstenes, como podem migrar para segmentos potencialmente explosivos.
Assim, dependendo do andar da carruagem, a CPI pode até mesmo desembarcar no Palácio do Planalto, o que certamente deixará o senador paraibano em dificuldades, na condição de aliado do Governo Dilma. Em tais circunstâncias o peemedebista terá que tomar decisões difíceis.
E ainda haverá a cobrança da opinião pública para a CPI não acabar em pizza, como tem sido regra em Brasília. Então, os riscos de queimar a imagem são muitos. Tanto é assim que vários outros senadores recusaram a missão. É preciso coragem para investigar colegas de parlamento.
Mas, tem um detalhe: se conseguir vencer a travessia e chegar a um resultado satisfatório, Vital pode sair dessa consagrado.