CRISE NO PSB Ex-secretário revela que Ricardo Coutinho não “tolera ficar sem exercer o poder”
O ex-secretário Lúcio Flávio Vasconcelos tem fé de ofício. Esteve no governo Ricardo Coutinho e, certamente, conhece seus intestinos. Em comentário postado, final de semana, no seu Facebbok, Lúcio Flávio revela como, ao atropelar o governador João Azevedo e assumir o comando do PSB, o ex-governador só confirma “não tolera ficar sem exercer o poder”.
E ainda: “Para RC, o centralismo democrático, a falta de autocrítica e a obediência cega dos seus comandados são as regras básicas da sua existência”.
Confira a íntegra de seu comentário “PSB em guerra”:
A política é a guerra por outros meios. Ela objetiva vencer o inimigo e conquistar territórios, e assim alcançar o poder, desde que se mantenha o exército coeso.
Mas, às vezes, nem a política nem a guerra seguem as regras racionais.
Na Paraíba, João Azevedo tem o governo, mas está ameaçado de perder o controle do PSB para seu padrinho, Ricardo Coutinho, que não tolera ficar sem exercer o poder.
Um exército não comporta dois comandantes. Principalmente quando um deles acredita piamente que é o único que detém as condições de ganhar todas as batalhas.
Quando Ricardo Coutinho ingressou no PSB, agiu como um general que não aceita dividir o comando. Em poucos meses na sigla, conseguiu neutralizar Nadja Palitot e assim assumir total controle do partido.
Durante anos, desde que assumiu a prefeitura de João Pessoa, em 2005, Ricardo Coutinho tem controlado o PSB com mão de ferro e uma caneta cheia de tinta.
Os poucos que ousaram pensar de maneira autônoma ou emitir opinião própria foram sumariamente afastados.
Para RC, o centralismo democrático, a falta de autocrítica e a obediência cega dos seus comandados são as regras básicas da sua existência. São traços essenciais da sua personalidade política.
A guerra entre os dois está declarada. RC tem anos de atribulada vida pública e uma sagacidade desmedida. Mas, no momento, não tem cargos para distribuir, apenas a perspectiva de retornar à prefeitura da capital.
Enquanto isso, João Azevedo é neófito nessa seara, mas conta com bons conselheiros de larga experiência e uma caixa repleta de canetas.
A guerra promete ser longa e sangrenta entre os dois, com muitas baixas de ambos os lados. Aguardemos as próximas batalhas.