CRM interdita o Arlinda Marques por falta de médicos e procurador responsabiliza Governo
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba interditou eticamente, nesta quinta-feira (dia 25), o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, após uma inspeção técnica realizada, pela manhã.
Desde ontem (quarta-feira) o Arlinda Marques está sem médicos cirurgiões, em consequência de uma decisão judicial, que estabeleceu o fim dos contratos dos hospitais da rede estadual com as cooperativas médicas. Os médicos atendiam através das cooperativas.
O procurador Eduardo Varandas (Trabalho) foi duro com o Governo Ricardo Coutinho, a quem responsabiliza pelos problemas de saúde causados aos cidadãos que procurem a rede hospitalar e não encontrem assistência: “O Governo teve todo o tempo para resolver o problema e preferiu não resolver.”
Os hospitais de rede estadual estão impedidos, de contratar médicos, através de prestação de serviços ou cooperativas, por ferir a Constituição, em ação movida pelo procurador Eduardo Varandas. Na última quarta, a desembargadora federal Ana Madruga indeferiu pedido do Estado para prorrogar os contratos com as cooperativas.
O Hospital Arlinda Marques é referência estadual no atendimento a crianças. Segundo as informações fornecidas pelo médico Eurípedes Mendonça, diretor de Fiscalização do CRM-PB, o hospital não tem mais como realizar cirurgias sem a escala médica.
Ele explica os motivos da interdição do hospital: “Tivemos que fazer a interdição para preservar a população e os outros profissionais, pois a falta de médicos compromete o atendimento nesses dois setores.”