Cruz Vermelha fatura R$ 200 milhões mas deixa teto do Trauma desabar
No Hospital Senador Humberto Lucena é um trauma após outro. No início da semana, a denúncia de que o hospital vinha retendo as macas do Samu. Logo depois, sobre a falta de material para algumas cirurgias ortopédicas. Agora, a informação de que o teto da sala de imagens por ultrassom desabou e, por muito pouco, não traumatizou os funcionários.
O Conselho Regional de Medicina deve vistoriar, nas próximas horas, as instalações físicas para saber se o desabamento do teto traz riscos aos pacientes e funcionários. Mas, afinal o que acontece com o hospital, sob gestão Cruz Vermelha gaúcha, que recebe R$ 8,8 milhões mensais e não tem dinheiro para o básico? Em dois anos, já faturou perto de R$ 200 milhões.
Mesmo assim, desde que a Cruz gaúcha assumiu a gestão, acumulam-se as queixas contra o atendimento no Hospital de Trauma. Na maioria dos casos, com a falta de atendimento. Quando um funcionário contatou o Blog para denunciar o desabamento do teto, observou com alguma ironia: “E é que eles (a Cruz Vermelha) recebem tanto dinheiro…”
E complementou: “Mesmo com tanto dinheiro, eles não pagam salários decentes pra gente, as vezes nem pagam em dia, e ainda deixam faltar o material básico para as cirurgias. Uma vergonha. Agora mais essa. O teto da sala quase caiu sobre as nossas cabeças.” Pelo visto, o único teto que não cai é o pagamento mensal à Cruz Vermelha…
A promotoria da Saúde, que tem sido constantemente acionada por conta do mau atendimento no hospital, vem apurando, nos últimos dias, por que a Cruz Vermelha estaria retendo as macas do Samu. O que é muito grave. Com as macas retidas no Trauma, as ambulâncias ficam impedidas de atender chamados de outros pacientes por não ter com o transportá-los.
Apura também a denúncia de que pacientes esperam por semanas para se submeter a uma cirurgia por falta de material adequado, como parafusos e placas de titânio, usados em muitos procedimentos. E a verdade é que o Governo RC segue muito generoso com a Cruz laranja, pagando a terceirização pelo peso em ouro, quando faltam outros minerais para que funcione de forma decente.