Custo do Trauma dobra, Aníbal denuncia gangue e Waldson nega desvio
O custo mensal do Hospital de Trauma de João Pessoa passou de R$ 4 milhões para R$ 8,8 milhões, mantendo o mesmo número de atendimentos. A informação foi confirmada pelo próprio secretário Waldson de Sousa (Saúde), durante sessão na Assembleia, quando o deputado Aníbal Marcolino denunciou existência de uma “organização criminosa administrando o Trauma com a Cruz Vermelha”.
“Nós estamos vivenciando um verdadeiro caos na Saúde do Estado. Os hospitais estão funcionando de forma precária e o Governo Ricardo Coutinho aumentou o repasse do Trauma em mais do dobro, isso é um escândalo nacional”, disse o deputado Aníbal. O secretário Waldson negou a denúncia e disse que Aníbal poderia ser processado por suas acusações sem provas. Aníbal revidou: “Pode processar!”
O deputado ainda acrescentou mais informações: “Há uma gangue organizada, que envolve o Daniel Gomes da Silva, da Toesa, que foi desmascarada pelo Fantástico, da Globo, na Operação Caixa de Pandora. Ele que doou R$ 300 mil para a campanha do senhor Ricardo Coutinho, em 2010, através de Jaime Gomes, também sob investigação da Justiça. O dinheiro entrou pelo PSB (veja documento em anexo obtido pelo jornalista Clilson Júnior).”
E acrescentou: “No Rio Grande do Norte, quando o escândalo passou dos R$ 8 milhões, o Ministério Público entrou em ação para investigar os suspeitos, que teriam sido levados para o Estado pelas mãos do ex-senador Ney Suassuna. E envolve ainda o Davi Gomes, dono da Toesa, que é conselheiro da Cruz Vermelha e o elo em toda essa malha de irregularidades.”
Na Paraíba, considerando os valores mensais de repasses confirmados pelo secretário, já passam de R$ 165 milhões os valores pagos à Cruz Vermelha, considerando que terceirização foi iniciada em 2011 (R$ 44 milhões), em 2012 (cerca de R$ 96 milhões) e nesses primeiros quatro meses de 2013, ao valor mensal de R$ 8,8 milhões.
No final, Aníbal adiantou que está recolhendo documentos para iniciar uma investigação criteriosa, através da Comissão de Saúde da Assembleia, na Secretaria de Saúde do Estado: “Pelos documentos e indícios de que dispomos isso já é suficiente para abrirmos uma CPI. Precisamos investigar de que forma o dinheiro público está sendo consumido e para onde está sendo desviado.”