Decisão de Moro não deixa Lula automaticamente inelegível para 2018, mas fragiliza muito
Pode se dizer muito do juiz Sérgio Moro, menos que ele não tenha coragem. Afinal, quantos magistrados teriam tanto destemor para condenar à prisão um líder político da envergadura de Lula? Líder em todas as pesquisas para 2018, Lula tem um exército de seguidores, uma militância aguerrida e a força de movimentos sociais capaz de causar muitos abalos sísmicos no País.
Claro que a condenação de Moro, de nove anos e seis meses de prisão por conta do Caso Triplex de Guarujá (corrupção passiva e lavagem de dinheiro), não tira do petista a condição de elegibilidade. Ou seja, Lula, a preço de hoje, ainda poderia ser candidato a presidente da República, como ele e o PT têm admitido. Mas, fragiliza muito seus planos futuros.
Dessa decisão de Moro cabe recurso junto ao Tribunal Regional Federal (4ª Região, do Rio Grande do Sul), que pode confirmar ou não a sentença de Moro. Se não mantiver a sentença, Lula estará livre do processo e seguirá elegível. Mas, se o TRF confirmar a decisão de Moro (antes do registro de candidaturas), o petista estará automaticamente atingido pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as eleições de 2018.
Mas, ainda poderá recorrer em liberdade ao Tribunal Superior Eleitoral. O detalhe é que, ao mesmo tempo que fragiliza Lula para 2018, a decisão de Moro também pode ter o efeito de vitimizar o ex-presidente.
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