Demissão de Harrison: há quem acredite em Papai Noel
Impressiona e chega ser suspeita a velocidade como o governador Ricardo Coutinho e seu vice Rômulo Gouveia se apressaram em vir a público, para afirmar que foi pessoal a decisão de Harrison Targino deixar a Secretaria de Educação para disputar as eleições da OAB. Há quem acredite em Papai Noel.
Mas, há quem acredite também que Harrison saiu por não ter concordado com a operação de compra de R$ 12 milhões em kits educativos, sem licitação, que estava sendo pressionado a realizar. Um saco de presentes talvez maior do que o saco de Papai Noel, se este for realmente o caso.
Todos na praça conhecem o comportamento ético de Harrison. Sabem como ele não compactua com certas práticas. No seu estilo comedido, evita o confronto e, diante de um obstáculo de maior envergadura, como parece ser a situação, preferiu sair para evitar maiores estragos.
Essa operação há dias vem sendo especulada nos bastidores. Já se sabia que ele se negara a realizar a compra, alegando que poderia trazer problemas futuros para o próprio Governo Ricardo Coutinho. Foi quando se repassou a aquisição milionária para a Secretaria de Saúde, onde o titular é mais obediente.
No final, se sabe que o secretário Waldson de Sousa (Saúde) comandou, dia 10 de setembro, o processo de compra inicial de R$ 3,5 milhões em kits educativos da empresa Editora DCL, que entrega a unidade por R$ 49,90, o que totaliza, nessa primeira compra, mais de 70 mil kits.
A participação do senador Cássio Cunha Lima se pesou, foi pouco, na queda de Harrison. Pode ter, digamos, apressado ou acrescentado um ingrediente a mais. No entanto, o que pesou realmente foi o desconforto causado por uma missão que lhe foi confiada e ele declinou com altivez.