Deputado indo e voltando: presidente da Câmara revoga a própria decisão de anular votação do impeachment
Poucos dias na presidência da Câmara Federal já foram suficientes para o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) entrar para o anedotário da política brasileira. Em menos de 24 horas, o deputado causou um tsunami no Congresso Nacional, ao anular a votação do impeachment e, logo depois, revogar de forma ainda mais surpreendente a própria decisão.
A segunda-feira (dia 9) foi marcada pelo tumulto. Começou quando Waldir Maranhão anunciou a decisão de anular a votação do impeachment em 27 de abril. Houve turbulências até o final da tarde, quando o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, simplesmente desconheceu a iniciativa e deu sequência ao processo de impeachment, desmoralizando o deputado interino da Câmara.
Waldir teve os seus momentos de fama, pela manhã, mas passou o dia no inferno astral. Choveram ameaças de todos os lados, inclusive do próprio PP, seu partido, que sinalizou com um processo de expulsão. Depois, integrantes da Mesa da Câmara anunciaram a disposição de anular a sua decisão, que foi tomada sem ouvir os demais integrantes, onde não tem maioria.
E, finalmente, para mostrar que é um deputado indo e voltando, Waldir Maranhão só esperou pela badalada da meia-noite para recuar. Nas primeiras horas da madrugada desta terça (dia 10), precisamente às 0h20, ele assinou a revogação de sua própria decisão. Foi, sem dúvida, um episódio hilário.