Deputado insiste em instalar CPI da Gastança na Granja: “Precisamos apurar”
O deputado Janduhy Carneiro voltou a defender, na reabertura dos trabalhos legislativos, na Assembleia, a instalação da CPI da Gastança. Ele pretende apurar as despesas consideradas abusivas por auditores do TCE nas compras da Granja Santana, entre as quais mais de 17 toneladas de carne de 1ª, lagosta e camarão: “A sociedade espera a apuração desse escândalo.”
Segundo Janduhy, “o Brasil inteiro acompanhou, com espanto, essa gastança com dinheiro público de itens considerados de luxo, e até a compra de 460 latas de farinha láctea, papel higiênico a R$ 60, entre outros, e é nosso dever como deputado apurar, porque há claros indícios de superfaturamento, seja no preço dos produtos, seja no volume detectado pelo TCE”.
Janduhy foi dos primeiros a se manifestar, após as denúncias publicas pela IstoÉ e Folha de São Paulo, mas que repercutiu em vários outros veículos de comunicação do País: “Temos que combater esta que chamo de enorme imoralidade. Eu realmente não esperava isso de quem pregava a ética, a moralidade e o zelo com o dinheiro público. É de se lamentar.”
O governador Ricardo Coutinho (em nota oficial), a secretária Estelizabel Bezerra (Comunicação) e a primeira-dama, Pâmela Bório, estas usando o Facebook, se manifestaram contra as reportagens publicadas, e atribuiram tudo a uma ofensiva da oposição. O governador disse que o escândalo não passava de um “factóide” da oposição, e que as compras foram um erro na contabilidade.
A sequência do escândalo
A primeira-dama, Pâmela Bório, está de volta ao noticiário nacional, por conta do escândalo da gastança na Granja Santana. A Folha de São Paulo traz, em sua edição desta quarta-feira (dia 23), que, após comprovação do TCE, os gastos serão apurados pelo Ministério Público.
Com o título “Gastos de primeira-dama da Paraíba serão apurados”, a reportagem da Folha cita que a primeira-dama da Paraíba “comprou artigos de cama, banho, bebê e decoração no valor de R$ 18.575, sem licitação, segundo o TCE”. E relaciona alguns artigos adquiridos.
É a terceira vez em uma semana que a Paraíba está no noticiário nacional. A primeira foi a reportagem da revista IstoÉ, que trouxe os dados fornecidos pelo TCE, com as compras exageradas de mais de 17 toneladas de carne, lagosta e camarão, entre outros. Mais em migre.me/cMg0c .
Depois, foi a Folha de São Paulo, que trouxe extensa reportagem sobre a gastança na Granja Santana e as extravagâncias da primeira-dama. Com o título “Pâmela, a primeira-dama que incomoda – aos 29 anos, mulher do governador da Paraíba causa frisson e vira alvo de auditoria por gastos na residência oficial”. A reportagem teve, inclusive, direito a chamada de primeira página, e ainda a comparação do casal real à fábula da Bela e a Fera. Mais em http://migre.me/cTEIV.
Agora, novamente a Folha de São Paulo, com o texto: “Após serem consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da Paraíba, despesas realizadas pela residência oficial do governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), entraram também no alvo do Ministério Público local.
Reportagem da Folha no domingo passado mostrou que a Casa Civil da Paraíba –órgão responsável pela administração da residência– comprou artigos de cama, banho, bebê e decoração no valor de R$ 18.575, sem licitação, segundo o TCE.
E que a própria primeira-dama, a ex-miss Pâmela Bório, pediu orçamentos a lojas e transportou produtos, ainda conforme o relatório.
“Abrimos um procedimento administrativo e, uma vez confirmados os fatos, vamos transformar em inquérito civil”, disse o promotor de Defesa do Patrimônio Público Rodrigo Pires de Sá.
O promotor notificou a Casa Civil do Estado e pediu que o TCE envie a auditoria completa, inclusive com as notas fiscais e documentos comprobatórios.
A secretária de Comunicação da Paraíba, Estelizabel Bezerra, negou irregularidades nas compras e disse que o governo não foi procurado pelo Ministério Público para prestar esclarecimentos.”