DESAFIANDO A CALVÁRIO Ricardeiros defendem candidatura de Ricardo Coutinho a prefeito de João Pessoa. Ele terá estimulado?
Mal baixou a poeira que manteve o ex Ricardo Coutinho solto e impôs restrições para não deixar seu domicílio entre outras cautelares, eis que militantes ricardeiros já vieram à praça para pregar sua candidatura a prefeito de João Pessoa. Sério. É verdade. Apesar das investigações do Gaeco prosseguirem com a Operação Calvário e a possibilidade de novas prisões. Obviamente que seus aliados não defenderiam essa candidatura sem sua autorização.
Alguns se impressionaram com a audácia desses poucos militantes afoitos, meu caro Paiakan. Particularmente, defendo a candidatura do ex-governador. Seria um momento importante do debate político no Estado. Imaginemos os cidadãos que ainda não sabem direito o que Ricardo Coutinho aprontou e como foi apontado como o chefão da organização criminosa desbaratada pela Calvário. Ele vão poder tudo saber em detalhes.
Os eleitores vão ter a oportunidade de conferir os áudios em que o chefão combinava com seu comparsa, o lobista Daniel Gomes da Silva, o pagamento de propinas pagas como dinheiro da Saúde, da Educação, das obras. Inclusive, olha que requintado, também o pagamento de 13º de propina. Um luxo, certamente. Vão saber como o ex-governador recebia na Granja Santana caixas de um dinheiro batizado de manga e outras frutas da estação…
Vão saber como usou o avião (e o dinheiro) do Estado para fazer turismo no Rio de Janeiro. Como cobrou até entradas de shows do U2 e Coldplay ao seu comparsa, como contrapartida pela parceria com as organizações sociais, que faturaram, em seus oito anos de gestão, mais de R$ 2 bilhões. Vão saber que, só na primeira avaliação, ele próprio, segundo o Gaeco, transformou R$ 134 milhões da saúde em propina para seu enriquecimento pessoal.
Será o momento vale a pena ver de novo. Então, poderão saber que Ricardo Coutinho foi o principal investigado no assassinato/execução de Bruno Ernesto. Vão saber que responde a processos por crime de responsabilidade, e também por infração à Lei Maria da Penha. Todos terão a oportunidade de saber que contratava advogados, pagos pelas organizações sociais e o próprio governo, para processar jornalistas e até a ex-mulher.
Poderemos saber, enfim, quem paga seus advogados em Brasília, aqueles que estão entre os mais caros do Brasil, e que, atualmente, permitem sua excelência seguir solto. Ora, me diga mesmo, meu caro Paiakan, quando teremos a oportunidade de assistir a um debate tão pedagógico assim?