Desafinado: por que em vez de discutir o Hino deputado não propõe uma discussão sobre a violência na Paraíba?

Vamos combinar, com tantos problemas que o Estado enfrenta, é muita falta de imaginação um deputado querer discutir, a esta altura do campeonato, o Hino da Paraíba. A menos que seja um exímio músico, soa desafinado o deputado Hervázio Bezerra querer mudar um dos símbolos do Estado, apenas porque, segundo ele, “não pegou”.

Hervázio

Vamos combinar, com tantos problemas que o Estado enfrenta, é muita falta de imaginação um deputado querer discutir, a esta altura do campeonato, o Hino da Paraíba. A menos que seja um exímio músico, soa desafinado o deputado Hervázio Bezerra querer mudar um dos símbolos do Estado, apenas porque, segundo ele, “não pegou”.

Além do mais, sempre imaginei que esse tipo de pauta deveria vir da própria sociedade. Se a sociedade quer a mudança, que se manifeste através de suas representações mais elementares. Mas, por que um deputado decide mudar o Hino, fundado apenas em sua própria avaliação ou porque seus colegas não sabem cantar, como se viu em recente reportagem do Canal Intrometido?

Talvez fosse prioridade, neste momento, discutir um hino da violência que o Governo do Estado não consegue solfejar uma solução. Ou quem, sabe por que não discutir a grave questão saúde pública, que segue desafinada, com falta de medicamentos e constantes queixas da população? E que tal debater os gastos astronômicos com publicidade, quando se gasta tão pouco com segurança?

Fica a dica.

De qualquer forma, segue o Hino da Paraíba, para os deputados e outros paraibanos que não conhecem:

 

Hino da Paraíba

Letra de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo

Música de Abdon Felinto Milanês

 

Salve, ó berço do heroísmo,

Paraíba, terra amada,

Via-láctea do civismo

Sob o céu do amor traçada!

 

No famoso diadema

Que da Pátria a fonte aclara

Pode haver mais ampla gema:

Não há Pérola mais rara!

 

Quando repelindo o assalto

Do estrangeiro, combatias,

Teu valor brilhou tão alto

Que uma estrela parecias!

 

Nesse embate destemido

Teu denodo foi modelo:

Qual Rubi rubro incendido

Flamejaste em Cabedelo!

 

Depois, quando o Sul, instante,

Clamou por teu braço forte,

O teu gládio lampejante

Foi o Diamante do Norte!

 

Quando, enfim, a madrugada

De novembro nos deslumbra,

Como um sol a tua espada

Dardeja e espanca a penumbra!

 

Tens um passado de glória,

Tens um presente sem jaça:

Do Porvir canta a vitória

E, ao teu gesto a Luz se faça!

 

Salve, ó berço do heroísmo,

Paraíba, terra amada,

Via-láctea do civismo

Sob o Céu do Amor traçada!