DESTAQUE MUNDIAL Diplomata paraibano é apontado com o 11º cientista afrodescendente mais influente do mundo
O paraibano Ernesto Batista Mané Júnior acaba de ser destacado com um dos 100 mais influentes cientistas negros (11ª posição no ranking) da atualidade pela organização Mipad (Most Influential People of Africa Descent). Ernesto, além de físico nuclear, formado pela Universidade Federal da Paraíba, é também diplomata pelo Itamaraty. Com ascendência na Guiné-Bissau, Ernesto concilia as duas carreiras com igual destaque.
Ernesto (de 37 anos) é ainda doutor em Física Nuclear pela Universidade de Manchester (Inglaterra), onde fez intercâmbio de graduação, tornou-se pesquisador no Cern, o maior laboratório de física de partículas do mundo, em Genebra, na Suíça, além de ter feito dois pós-doutorados pelo Laboratório de Física Nuclear e de Partículas do Canadá e pela Universidade Princeton (Estados Unidos).
A vivência no exterior foi um dos fatores que o atraíram para a carreira diplomática. Por meio do programa de ações afirmativas do Itamaraty (que, com uma bolsa, apoia pessoas negras a estudar para o concurso), preparou-se para o certame por dois anos até aprovação. Ao longo da vida, o paraibano foi garçom, professor de inglês, programador e pesquisador.
“Ao entrar no Ministério das Relações Exteriores, eu me mostrei aberto para trabalhar com todos os temas da política brasileira e foi uma feliz coincidência me envolver com áreas ligadas a desarmamento e não proliferação de armas de destruição em massa”, pontua o diplomata paraibano. É nessa temática que ele vem se especializando nos últimos anos.
Ernesto fala inglês, espanhol, francês e alemão. Como diplomata, não foi removido para fora do Brasil, mas fez viagens a serviço. Um ponto alto foi viajar com a ONU (Organização das Nações Unidas) por três meses, passando por países da Europa e da Ásia, além de Nova York, nos EUA. Ele foi o sétimo diplomata brasileiro nomeado para participar do programa, existente desde a década de 1970.
Ernesto Mané, como é mais conhecido, nasceu em João Pessoa, é filho de uma brasileira com um africano, estudou na antiga Escola Técnica Federal da Paraíba (hoje, IFPB), depois fez Física na UFPB, de onde seguiu para fazer mestrado e doutorado na Europa, Canadá e Estados Unidos.
Mipad – A organização Mipad identifica, todos os anos, “grandes empreendedores de ascendência africana em público e setores privados de todo o mundo, como uma rede progressiva de atores relevantes para se unirem no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento da África, seu povo no continente e em toda a sua diáspora” (https://www.mipad.org/#about).