DEU CHABU Turma do mal tenta vitimizar chefão de demonizar Gaeco usando supostas cartas de Livânia
Houve, no final de semana, uma tentativa desesperada de certa turma do mal de vitimizar a ex-secretária Livânia Farias, na verdade, vitimizar de forma indireta o chefão da organização criminosa, sob o pretexto dela ter sido vítima da pressão do Ministério Público. A ofensiva mirou, obviamente, demonizar o trabalho do Gaeco. Porque é sempre assim: toda vez que um malfeitor é pego pelas malhas da Justiça, a orientação é atacar os investigadores.
A operação passou pela veiculação de quatro notinhas no Painel da Folha de São Paulo. O detalhe foi que o jornal não engoliu, pelo menos não inteiramente, a narrativa e revelou que o caso aconteceu antes (atenção: antes!) de Livânia ser presa e resolver delatar. Pela narrativa, Livânia teria enviado cartas, inclusive para o ex Ricardo Coutinho (mas, que coincidência…) relatando sua angústia e até admitiu planos de seu funeral.
Resultado: a tentativa desesperada teve pouco efeito. E sabe por que, meu caro Paiakan? Pelo simples fato de que o ex-governador não foi apenas delatado, pela ordem, por Leandro Nunes Azevedo, Livânia, Maria Laura Caldas, Ivan Burity e Daniel Gomes da Silva. Sua excelência foi flagrada, não apenas uma vez, mas várias, negociando pagamento de propinas, inclusive com 13º, uma inovação tipicamente paraibana.
É talvez o caso único no Brasil em que é possível testemunhar, na cronologia do tempo, um sujeito despudorado negociando pagamento de propinas, passando a perna em parceiro (como fez com Livânia), tentando comprar juízes, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, desembargadores e até ministros do Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior Eleitoral e, especialmente, enchendo os bolsos com o dinheiro público.
Eis o que publicou a Folha (em http://bit.ly/388ak0x), em quatro capítulos:
Até aqui de mágoa
Antes de se tornar delatora na Operação Calvário, que mira o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB), a ex-secretária estadual Livânia Farias mandou cartas a familiares e amigos em que relata angústia após se tornar alvo do Ministério Público.
Até aqui de mágoa 2
Os textos foram escritos poucos antes de ela ser presa, em 16 de fevereiro de 2019. Nas cartas, ela reclama do que considerou ser perseguição e espetacularização do caso pelos procuradores do estado e faz planos para o próprio funeral. Farias diz que a pressão sobre a família é tanta que os filhos não podem sair de casa.
Passado…
Uma das missivas foi para Ricardo Coutinho. Ela agradece ao ex-governador pela confiança e diz que o tinha como espelho no trabalho no governo. Mas alega que o fardo da ofensiva do MP é pesado. Meses depois, a ex-secretária delatou o antigo chefe. Farias revelou suposto pagamento de R$ 4 milhões em propina ao político.
…Presente Ré sob a acusação de ter recebido suborno, ela saiu da prisão dias após assinar o acordo de colaboração e aguarda em liberdade seu julgamento. A Calvário investiga desvio de R$ 134,2 milhões da área de saúde estadual.
Resumo da ópera: a tentativa não surtiu o efeito esperado, porque a profusão de provas não admite vitimização dos envolvidos, especialmente do chefão. Talvez tenha sido muito mais uma manobra para, mais adiante, usar esses elementos pelos seus caríssimos advogados na esperança de salvar um sujeito flagrado cobrando propinas e terceirizando o Estado com outro meliante, o Daniel Gomes da Silva.