DEU ERRADO Desembargador nega pedido do Padre Egídio para anular investigações do Gaeco no escândalo do Hospital Padre Zé
O Padre Egídio, pelo menos desta vez, não teve sorte. O desembargador Ricardo Vital de Almeida acaba de rejeitar um pedido de seus advogados, para anular as investigações sobre a suspeita de desvios no Hospital Padre Zé, solicitado na semana passada.
No pedido, seus advogados alegaram que a investigação do Gaeco teve início a partir de denúncia anônima e, por isso, as provas não seriam robustas suficientes para sustentar o processo. O Padre Egídio, como se sabe, é acusado de desvio de recursos do Hospital Padre Zé e demais instituições de caridades que integram o grupo.
O desembargador entendeu que as alegações não tinham sustentação fática, para embasar a anulação das investigações, diante do acervo de provas em análise.
Pra entender – O Padre Egídio, que era diretor-presidente do hospital, está sendo investigado por suspeita de desviar recursos que deveriam ser destinados ao Hospital Padre Zé, que atende pelo SUS em João Pessoa. O suspeito teria usado o dinheiro para comprar imóveis e bens de luxo e pagar despesas pessoais como viagens.
O pároco e foi afastado do cargo e das funções eclesiais. Ele responde a processo canônico, que pode, inclusive, resultar em sua expulsão da Igreja Católica.
Operação Indignus – Durante a Operação Indignus, deflagrada em 5 de outubro, os investigadores foram a imóveis de luxo que teriam sido adquiridos com dinheiro desviado do hospital e que deveriam ajudar no atendimento à população pobre que depende do SUS na Paraíba.
A força-tarefa coordenada pelo Gaeco (Ministério Público da Paraíba) realizou a operação, no último dia 5, que cumpriu 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Criminal da Capital.
Segundo o Gaeco, as investigações apontam para “uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados [padre Egídio], com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos“.