Dez dias de segundo turno sem emoções e poucas mudanças
Quando foram abertas as urnas de 5 de outubro, a expectativa criada seria que o governador Ricardo Coutinho viria devastador para a sequência da campanha, pelo fato de ter revertido a tendência de derrota já no primeiro turno. Mas, curiosamente, não foi exatamente oque se constatou, pelo menos até esse momento da disputa.
Nesses dez dias de campanha, não houve concretamente um fato marcante capaz de desequilibrar o cenário sugerido no primeiro turno. Até mesmo a festejada adesão do PMDB não surtiu o efeito esperado, depois que a dissidência do partido se mostrou mais aguerrida do que a ala oficial, e ainda faturou de vítima no episódio da sede do partido, quando militantes foram barrados pela direção.
A vinda da presidente Dilma não incendiou a militância petista pró Ricardo Coutinho, como se poderia imaginar. E, finalmente, não houve uma avalanche de adesões, como seria de esperar, caso Ricardo estivesse com a perspectiva de poder. Houve migração para um lado e para outro, mas incapaz de quebrar o equilíbrio já demonstrado no primeiro turno.
Resumo da ópera: até que saia a primeira pesquisa, estão todos navegando sem GPS. Mas, a percepção é que a campanha segue com o acirramento extremado verificado desde o início do processo eleitoral. Mas, é um cenário que favorece quem está na oposição, que tem menos instrumentos para uma ofensiva de maior amplitude. Diferente de um candidato no poder.