O atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, quer. O futuro presidente, prefeito João Campos (Recife) quer. O próprio governador João Azevedo (PSB) também quer. Mas, meu caro Paiakan, há uma pedra no meio do caminho, pelo que tem revelado João Azevedo, nos bastidores e até publicamente…
João só deixa o Governo em abril do próximo ano para a disputar o Senado, como é sua opção preferencial, se tiver conseguido pacificar sua base política. Sua condição tem base… Há uma evidente briga por espaços dentro de sua aliança, envolvendo especialmente Progressistas e Republicanos.
No Progressistas, não dá pra esconder, existe uma disputa entre o prefeito Cícero Lucena e o vice-governador Lucas Ribeiro. Lucas é apontado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro como “candidato natural”, se João realmente deixar o Governo para disputar o Senado, como seria, digamos, o natural.
Mas, o prefeito Cícero Lucena não tem promovido andanças pelo interior do Estado em vão. Ele se ancora no número das pesquisas, que apontam uma eventual candidatura sua na liderança, inclusive contra todos os candidatos de oposição. No seu entendimento, isso é que é ser candidato natural.
E tem o furdunço no Republicanos de Hugo Motta. O deputado-presidente Adriano Galdino, após ultrapassar o desgastante processo de nomeação da filha para o Tribunal de Contas do Estado, está de volta, e reafirmando a condição de candidato. De quebra, tem dito que a cabeça de chapa deve ser de seu partido.
Não é confirmado publicamente, mas sabe-se que Hugo tem sondado lideranças políticos, quanto às suas chances numa eventual disputa ao Governo. Ele que tem sido elogiado, não apenas por Adriano, como até mesmo por Cícero. Mas, a pergunta é: seria melhor renovar o mandato de presidente da Câmara, disputando a deputação em 2026, ou arriscando a sorte na eleição ao Governo?
Em meio a todo este imbróglio está o governador João Azevedo que, recentemente, transferiu para o Progressistas a responsabilidade de indicar o candidato a governador, entre Lucas e Cícero, sinalizando que sua opção é por um dos dois. Nesse desenho, pacificado o nome do Progressistas, ele seria, então, candidato ao Senado.
Mas, resta ver como seria a participação do Republicanos na chapa. Em tese, teria a outra vaga ao Senado. É quando emerge outro problema: caso Cícero seja o escolhido para disputar o Governo, a senadora Daniella Ribeiro iria para a reeleição, como tem afirmado? E, se der Lucas, o Republicanos segue junto?
Como não se faz omelete sem quebrar os ovos, a impressão que começa a ser formar na praça, meu caro Paiakan, é que dificilmente o governador conseguirá manter todos os atuais atores sob seu guarda-chuva para as eleições do próximo ano. É espaço de menos para interessados de mais.
A menos que João desista de disputar o Senado, para abrir mais uma vaga na majoritária, de forma a contemplar o máximo de atores aliados possível. Mas, ainda assim, o resultado é incerto…