A verdade, meu caro Paiakan, é que o governador João Azevedo (PSB) vive um dilema, que vai se estender até abril do próximo ano, no prazo fatal para decidir se deixará ou não o Governo para disputar o Senado. O problema é que sua decisão, numa direção ou em outra, determinará dois cenários distintos para o seu futuro político.
Esse dilema deve ter feito o governador refletir muito, neste final de semana, durante a Convenção do PSB, quando ele foi, mais uma vez, instado a disputar o Senado em 2026. Tanto pela direção nacional de seu partido, quanto pelo próprio presidente Lula, presente ao evento. Mas, sabe que não é uma decisão fácil.
Se deixar o Governo para disputar o Senado, talvez seja como um trapezista que salta de um lado do trapézio e espera que seu parceiro do outro pegue em suas mãos, sem uma rede de proteção embaixo para o caso de não dar certo. No popular: e se, ao deixar o Governo, seus parceiros não corresponderem no apoio à sua candidatura?
Por outro lado, caso permaneça no mandato até o final, certamente terá um lastro até dezembro de 2026, mas o que acontecerá depois? Vai encerrar sua carreira política ou tentará retornar em 2028 para uma eventual disputar à Prefeitura de João Pessoa, só que em outro cenário, talvez muito mais dificil?
Diante disso, não é uma decisão fácil. E é curioso, porque na condição de maior liderança política do Estado, na atualidade, até por conta da sua situação de governador, João experimenta muitas dúvidas. Ele sabe como um passo mal dado pode comprometer todo seu futuro político.
Assim, a menos que tenha um compromisso muito firme do Progressistas de que, uma vez o vice Lucas Ribeiro assuma o Governo, ele e seu irão emprestar apoio incondicional para sua candidatura ao Senado, João vai pensar duas vezes. Porque sabe que o mero apoio de Lula não será suficiente para garantir uma eleição ao Senado.
A menos que, a esta altura do campeonato, João já tenha conseguido formar uma base política sólida, muito sólida, em todo o Estado, independente do compromisso com os prefeitos, que, como se sabe, podem mudar de acordo com quem está no comando do Governo, meu caro Paiakan.
Convenção – Durante a convenção, a representação da Paraíba, liderada por João Azevedo, passou a ocupar sete cargos na Executiva Nacional, como o deputado Gervásio Maia, o vice-prefeito Léo Bezerra (João Pessoa), os secretários estaduais Deusdete Queiroga (Infraestrutura) e Pollyanna Werton (Desenvolvimento Humano), além da prefeita de Pedro Régis, Michele Ribeiro, e o advogado Anselmo Castilho.
