DINHEIRO FOI PRA ORGANIZAÇÕES SOCIAIS? Pode chegar a meio bilhão o duodécimo retido durante o governo Ricardo Coutinho
Levantamento realizado pela força-tarefa da Operação Calvário revela que pode chegar a meio bilhão de reais a montanha de dinheiro amealhado durante do governo Ricardo Coutinho, com a retenção de parte do duodécimo devido à Universidade Estadual da Paraíba, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas do Estado, Defensoria Pública, Judiciário e Ministério Público da Paraíba.
Uma linha de investigação do Gaeco, inclusive, avalia se parte desse dinheiro foi usado para pagamento a organizações sociais, como Cruz Vermelha gaúcha e Ipcep (Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional), entre outras, envolvidas diretamente no esquema criminoso que foi desbaratado pela Calvário, desde dezembro de 2018 (Mais em http://bit.ly/2wB93yl).
Para se ter uma ideia, somente da UEPB foram retidos mais de R$ 250 milhões, em oito anos. Da Defensoria Público, perto de R$ 80 milhões. Dados similares ocorreram com os demais poderes. No caso do Judiciário, a penúria causada pela redução do duodécimo levou, inclusive, ao fechamento de várias comarcas no interior do Estado.
R$ 2 bilhões – No âmbito da Calvário, um levantamento anterior já havia apontado que organizações sociais como Cruz Vermelha gaúcha, Ipcep, Gerir, InSaúde, Ecos e ABBC faturaram, nos últimos oito anos, mais de R$ 2 bilhões. E, boa parte desse dinheiro repassado às OSs pode ter vindo precisamente do duodécimo suprimido dos demais poderes. É a linha de investigação.
Relatórios do TCE tem revelado, a cada dia, mais irregularidades na terceirização de hospitais, UPAs e escolas da rede estadual. Somente a Cruz Vermelha movimentou mais de R$ 1,1 bilhão, enquanto o Ipcep, que terceirou o Hospital de Santa Rita, faturou perto de R$ 200 milhões, entre 2017 e 2018, inclusive antes mesmo da unidade ter sido inaugurada.
InSaúde e Ecos, que terceirizaram 652 escolas da rede estadual de ensino, vêm faturando nada menos do R$ 234 milhões por ano, nos últimos dois anos. Praticamente meio bilhão. Somente em março deste ano, o contrato com as duas organizações sociais foi rescindido.