Dirceu sobre encontro com Cartaxo: “Pergunta pra ele!”
O ex-ministro Zé Dirceu proferiu, na noite dessa terça-feira (dia 5), palestras para poucos militantes petistas na Câmara de João Pessoa. Muitas ausências notadas. Uma delas, o prefeito Luciano Cartaxo. E quanto indagado pela Imprensa, Dirceu respondeu, com certa amargura: “O prefeito, como vocês sabem, está cuidando da Prefeitura, né?” De noite?
Num outro momento, perguntado se, durante sua permanência em João Pessoa, terá agenda de encontro com o prefeito, Dirceu foi ainda mais evasivo: ““Pergunta pra ele. Ele que sabe…” Então, meditou um pouco e arrematou: “Mas, eu tenho a solidariedade do prefeito. Estive aqui várias vezes na Paraíba, ele sempre foi solidário comigo, como tenho de todos os parlamentares do PT.”
Num outro trecho da entrevista à Imprensa, Dirceu defendeu a aliança do PT com o PSB: “Sempre fui defensor de uma aliança com o PSB. Desde da frente Brasil Popular. Depois defendemos a participação do PSB no Governo. Roberto Amaral foi ministro, Eduardo Campos foi ministro. Depois apoiamos a eleição e a reeleição de Eduardo Campos em Pernambuco.”
Então, concluiu: “A minha expectativa é de mantermos essa aliança. Mas, o PSB tem todo o direito de ter o seu candidato. Eduardo Campos tem toda a legitimidade e todas as credenciais para disputar a presidência.” Também não falou sobre um eventual encontro com o governador Ricardo Coutinho enquanto estiver no Estado.
Mas, falou sobre sua condenação: “A militância do PT sabe que eu sou inocente, sabe que o julgamento foi político. Todo o Brasil sabe que eu fui condenado sem provas, até porque não houve crime, baseado apenas na teoria de domínio do fato, sem provas. Houve um desrespeito ao ordenamento jurídico do País, e eu vou continuar me defendendo.”
E ampliou: “Eu não podia ser julgado pelo Supremo, porque eu não tinha foro privilegiado. Eu não era mais nem ministro, nem deputado, então eu não podia ser julgado pelo Supremo. Mas, todo brasileiro tem direito a uma dupla jurisdição. O Tribunal Internacional de San José já deu ganho de causa a outros demandados.”
Então confirmou os recursos para tentar reverter a condenação do Supremo: “Eu vou impetrar os agravos, eu tenho direito a um novo julgamento sobre formação de quadrilha, porque a votação foi seis a quatro. Vamos apresentar os recursos, porque temos direito. Mas, isso só depois que forem julgados os embargos.”