Disputa em Cabedelo tem arranjo entre marido e mulher e candidatura de pai para filho
A eleição em Cabedelo traz algumas curiosidades interessantes. A candidatura do vereador Fernando Sobrinho (Dem), por exemplo, que foi lançada pelo governador Ricardo Coutinho, mas sabe-se na cidade que até seu mandato de vereador é comandado pelo pai, o empresário Gilson Miranda. Ou seja, se o filho eventualmente for eleito, quem governará a Prefeitura será o pai.
De outro lado, o ex-prefeito Zé Régis, impedido de ser candidato por estar incluso na relação de ficha suja, decidiu driblar a Justiça Eleitoral lançando a esposa, Eneide. Mas, toda a cidade sabe que, se ela vier a ser eleita prefeita, quem irá comandar a Prefeitura será o marido, Zé Régis, que, aliás, terá a chance de concluir as ações de seu mandato anterior que motivaram várias condenações judiciais.
Condenações – Zé Régis foi condenado por irregularidades na compra de fardamentos, notas frias, extrapolação na contratação de pessoas sem concurso público, por empregar todos os parentes na Prefeitura, superfaturamento, gastos abusivo com combustíveis, e não recolhimento de contribuições patronais ao Ipsemc (Instituto de Previdência), dentre outras traquinagens flagradas pela Justiça.
Justiça alerta – há poucos dias, o juiz Aluízio Bezerra, coordenador do mutirão judicial do Tribunal de Justiça que condenou Zé Régis por improbidade, já está alertado sobre essa manobra de lançar a esposa, para burlar a legislação, e declarou à Imprensa que a Justiça estará alerta para evitar essa prática.
“Há muito tempo, nós estamos percebendo como políticos inelegíveis fazem a manobra de lançar parentes na ânsia de chegar ao poder, usufruir do bem público e seguir tentando dominar politicamente um município, mas essa prática tem que mudar”, afirmou.
E concluiu: “Muitos desses chamados herdeiros políticos terminam sendo eleitos, assumem os cargos públicos, se arvoram do poder e praticam os mesmos vícios de improbidade administrativa dos seus parentes já condenados, isto não pode continuar assim. A Justiça precisa impedir essa prática”.