E a Paraíba não perdeu apenas a Fiat para Pernambuco…
Há poucos dias, os jornais de Pernambuco noticiavam com merecidas fanfarras que o Estado tinha ganho mais outra contra a Paraíba, após o governador Eduardo Campos anunciar uma fábrica de motores que, associando-se a todo complexo automotor, totalizará investimentos da ordem de R$ 6,2 bilhões. Mas, a Paraíba não perdeu apenas a Fiat, Hyundai e talvez a Volswagen para Pernambuco…
Perdeu também o Polo Farmacoquímico. Quem viaja de João Pessoa para Recife certamente já percebeu o que ocorre na fronteira dos dois Estados. Do lado da Paraíba, não há um só empreendimento. Mas, cem metros depois, uma infinidade de placas anuncia a pujança dos vizinhos. Um dos empreendimentos mais vultosos, além de uma fábrica de vidros planos, é o Polo.
Composto por mais de uma dezena de empresas de medicamentos, hemoderivados e cosméticos, o Polo representa um investimento superior a R$ 2 bilhão, e a geração de mais de cinco mil empregos. Os destaques vão para uma unidade da Hemobrásm, do Lafepe Química e para a indústria suíça Novartis, que será a primeira grande fábrica de vacinas no Nordeste e uma das maiores do País.
O Lafepe Química (Laboratórios de Pernambuco) irá produzir insumos para os antirretrovirais, antipsicóticos e para drogas destinadas a doenças negligenciadas, como o medicamento para doença de Chagas, o qual o Lafepe é o único produtor mundial.
Outras empresas: Ion Química (insumos para a indústria farmacêutica e de cosméticos), AC Diagnóstico (kits de diagnósticos), Inbesa (cosméticos Rishon), Hair Fly (cosméticos), Multisaúde (medicamentos homeopáticos), Multilab (genéricos e similares), a Vita Derm (cosméticos), a Riff Laboratório Farmacêutico (soro) e União Química.
O setor está tão em alta que várias faculdades de Pernambuco decidiram investir em novos cursos na área de farmácia, para atender a uma demanda, que começará a atingir seu pico em 2014, quando as unidades fabris iniciarem suas operações.
E tudo a menos de cem metros da fronteira entre os dois Estados. O que nos faz perguntar: por que dá tão certo para Pernambuco e não para a Paraíba? O que é que eles têm que nós não temos?