É FANTÁSTICO! Ex-assessor de Livânia inova com a “propina delivery” em caixas de dinheiro entregue em hotel do Rio
Como amplamente divulgado, o Fantástico (Rede Globo), trouxe, neste domingo (dia 3), mais uma reportagem envolvendo o escândalo da Cruz Vermelha gaúcha, resultado da Operação Calvário que resultou na prisão de 12 pessoas, inclusive um empresário que estava na Paraíba. Segundo a reportagem, a quadrilha movimentou R$ 1,7 milhão da saúde, “mas parte desse dinheiro jamais chegou pra população”.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, a quadrilha utilizava OS (Organizações Sociais), como a Cruz Vermelha gaúcha para desvio de dinheiro público. De acordo com a reportagem do programa, havia tanta ousadia na quadrilha, que instituíram a “propina delivery”, ou seja, a entregue da propina a domicílio, no caso do flagrante, o Hotel Hilton Copacabana, no Rio de Janeiro.
No vídeo do flagrante em agosto de 2018, Michele Lousada Cardoso, secretária de Daniel Gomes, considerado o chefe da organização criminosa, chega a um hotel, com uma caixa na mão. Ela senta no restaurante, pede um cafezinho, enquanto aguarda seu contato. E o contato é Leandro Nunes Azevedo, assessor e “braço direito” da secretária Livânia Farias (Administração)…
Eles se cumprimentam, conversam rapidamente (menos de três minutos) e, logo após, Michele deixa o hotel. Então, Leandro paga a despesa do cafezinho de Michele e pega a caixa com o dinheiro. Com o aprofundamento das investigações, o governador João Azevedo demitiu Leandro Nunes, que, no final da semana passada, terminou preso, por determinação da força-tarefa da operação.
Operação Calvário – Conforme o Ministério Público do Rio de Janeiro apurou, a organização criminosa vinha atuando, a partir da gestão de unidades de saúde em várias unidades hospitalares do País, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018. Na Paraíba, como se sabe, a Cruz Vermelha gaúcha terceirizou o Hospital de Trauma, e foi alvo de contestação, não apenas do Tribunal de Contas do Estado, mas também da Procuradoria do Trabalho.
Somente na Paraíba, a Cruz Vermelha gaúcha faturou em torno de R$ 1 bilhão, desde que foi contratada pelo governador Ricardo Coutinho, em junho de 2011. Na ocasião (governo Zé Maranhão), o Hospital de Trauma era gerido por pouco mais de R$ 4 milhões. De cara, o governo RC contratou a Cruz Vermelha gaucha por R$ 8,2 milhões.
Desde então, o valor só tem aumentado. Em agosto último, os valores mensais já ultrapassavam R$ 12,2 milhões e os valores totais repassados já somavam mais de R$ 822 milhões. O contrato foi renovado e seguirá durante o futuro governo João Azevedo.
Doação de campanha – O detalhe foi a revelação de que Jaime Gomes da Silva, um parente bem próximo de Daniel, por uma razão ainda não explicada, doou R$ 300 mil ao então candidato Ricardo Coutinho na eleição de 2010. Atenção: em julho do ano seguinte, a Cruz Vermelha gaúcha fechou o contrato com seu governo.
Cabeça – “De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira é comandada por Daniel Gomes da Silva, ex-dirigente de uma empresa de ambulâncias, que já possui uma condenação criminal em primeira instância, pelo crime de peculato, por um contrato com valores superfaturados para o serviço de manutenção de ambulâncias à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro”, diz o portal G1.
CONFIRA TRECHO DO PROGRAMA (a partir do momento 1:22:56)…