E quem esperava outra decisão do TCE?
Quer saber, meu caro Paiakan, não vou entrar no mérito da velha discussão de que os conselheiros Nominando Diniz, Artur Cunha Lima e Gustavo Nogueira, todos nomeados pelo ex-governador e atual senador Cássio Cunha Lima, votam conforme certa gratidão política.
Essa é uma discussão já surrada e a Paraíba já formou juízo a esse respeito. Também não irei comentar sobre o fato de Cássio, sendo aliado do governador Ricardo Coutinho (em que pese alguns estrebuchos tuiteiros) vir de alguma forma a influenciar em favor dessa aliança.
A população tem ciência sobre tudo isso e tem sua opinião sobe o nosso TCE. Até prefiro mesmo acreditar que, apesar de certa gratidão, pois que a gratidão é inerente à natureza humana, os conselheiros se esforçaram, tanto quanto possível, para desempenhar o seu papel.
Mas, o que realmente chamou a atenção no julgamento das contas de 2011 do nosso ínclito, preclaro e insigne governador foi, primeiro, a coragem do conselheiro Umberto Porto em apostar suas fichas numa decisão que pouquíssimos imaginariam ter o apoio de seus pares.
Segundo, o esforço que alguns conselheiros fizeram por minutos a fio para defender a legalidade nas operações do Governo. Quando, é claro, se imaginaria que os conselheiros iriam se esfalfar em defender o trabalho realizado pelos auditores e a procuradoria-geral da Corte. Até por coleguismo.
Não foi o que ocorreu. O precioso trabalho técnico foi educadamente defenestrado e servido de bandeja, acompanhado de elogios amanteigados, só para antecipar o prato principal amargo, que viria em seguida. E me pego a imaginar o que ficaram a pensar auditores e procuradores.
Mas, se houve desvelo em encontrar legalidade nas ações do Governo, não pude observar, meu caro Paiakan, o mesmo em relação aos interesses do cidadão que paga a conta e deveria ser o beneficiário das ações e obras públicas. De qualquer forma, como leigo, nem posso reclamar. Pode até ter ocorrido. Eu que não percebi.