É UM MISTÉRIO Após 8 anos como prefeito de JP, favorito ao Governo em 2018, Cartaxo segue sem base e isolado no PT
Curiosa, pra dizer o mínimo, a situação do deputado Luciano Cartaxo, meu caro Paiakan. Cartaxo teve uma boa gestão municipal, durante oito anos, como prefeito de João Pessoa. Pelo menos a julgar pelas pesquisas publicadas à época, com indicadores elevados de aprovação da gestão.
Mas, curiosamente, não conseguiu eleger sua sucessora. E olha que teve a oportunidade de tutelar uma candidatura exitosa. Tinha Manuel Júnior, que era seu vice e candidato natural. Mas, queimou Júnior, desde que se recusou a disputar o Governo do Estado, em 2018, quando era favorito. Ainda conforme pesquisas. Aliás, seu recuo desestabilizou totalmente as oposições. Lançou seu irmão, Lucélio, e perdeu.
Cartaxo teve, na eleição de 2020, chance de indicar, além de Manuel Júnior, Cícero Lucena, Ruy Carneiro, Diego Tavares, Daniela Bandeira e Socorro Gadelha, dentre outros. Prefeiru, contudo, sua cunhada Edilma Freire. Resultado: Cícero venceu a parada, Ruy ficou em terceiro, e Edilma amargou um quinto lugar, à frente apenas de Ricardo Coutinho. Foi um desastre. Duas derrotas seguidas.
Desde então, Cartaxo amarga muito isolamento. Foi eleito deputado estadual em 2022, com uma votação bem inferior à prevista. Não tem um vereador ou deputado estadual sequer que defenda suas posições, porque não cuidou de formar uma base. No PT, não tem apoio substantivo para disputar nem as prévias do partido, tanto que correu do embate contra a deputada Cida Ramos, exatamente por falta de votos.
Sem confiança da classe política, de lideranças de seu próprio partido, Cartaxo tenta se viabilizar de cima da pra baixo, na cúpula nacional do PT, utilizando o eventual prestígio do deputado Luiz Couto, em Brasília. Muito pouco para quem teve oito anos de mandato de prefeito do maior colégio eleitoral, esteve como favorito para a disputa ao Governo em 2018 e aparentava ter horizonte para outros voos, meu caro Paiakan.